Curitiba

Após erros de diagnóstico, criança de 4 anos precisa de R$ 50 mil para não perder o rim

Com apenas 4 aninhos de vida, a pequena Valentina Almeida Freitas, já trava uma grande batalha para não perder o seu rim esquerdo. O drama da família começou há poucos meses, quando a garotinha sentiu uma forte dor do lado esquerdo e apresentou uma febre de 39º C. Era apenas o início de uma corrida contra o tempo.

Hoje, a família precisa arrecadar R$ 50 mil para custear uma cirurgia de urgência agendada para a próxima quinta-feira (10) para reconstrução total do ureter (conduto que permite o escoamento da urina da pelve renal para a bexiga) e para isso fizeram uma Vakinha virtual.

A mãe Taline Almeida Cunha, 31 anos, contou à equipe da Tribuna do Paraná que o problema foi descoberto recentemente, mas que é uma doença que se manifesta ainda no período gestacional, quando já pode ser detectado e tratado. Entretanto, na época, nenhuma anormalidade havia se manifestado durante os exames de rotina. Valentina nasceu e se revelou aparentemente uma criança saudável e brincalhona. “Os próprios médicos disseram que ela nasceu com esse problema e que poderia ser sanado ainda na barriga, mas não sabem dizer como só se manifestou agora”, conta a mãe.

Anos mais tarde, Valentina apresentou incontinência urinária. Preocupada, a mãe chegou a levar a menina a vários pediatras, tanto do Sistema Único de Saúde (SUS), quanto no particular, mas todos diziam se tratar de problemas psicológicos e recomendaram a ida a um psicólogo. Este profissional também afirmou se tratar de uma possível causa emocional. Um exame de sangue chegou a ser solicitado, mas ainda não havia a manifestação da doença, a não ser uma intolerância ao glúten. A incontinência continuou.

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“No final de outubro ela começou com essa dor do lado esquerdo e febre alta. Como ela não teve melhora levamos ao médico. Passamos por vários pediatras e todos diziam se tratar de algo psicológico. No dia 26 de outubro ela já ficou internada e só saiu depois de quase um mês. O diagnóstico só saiu depois de um exame de urina e um ultrassom. O exame de urina veio muito alterado e foi constatada a dilatação do Ureter, do rim e inflamação na bexiga. Assim que foi internada, ela já começou a receber os antibióticos na veia”, explica Taline.

Os médicos recomendaram que a família levasse a criança ao Nefrologista (médico especializado no tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente relacionadas ao rim), mas pelo SUS, levaria pelo menos 1 ano para que uma simples consulta fosse agendada. Hoje, Valentina já passou por pediatras, psicólogo, urologista, nefrologista e por fim, o Urologista cirurgião pediátrico.

O tempo passou e o que aparentava ser um simples problema emocional passou a ser um grave problema. Há cerca de dois meses, fortes dores abdominais e febre levaram Valentina às pressas ao hospital, no qual ficou internada por pelo menos 20 dias. Após novos exames foi confirmada a dilatação pielocalicial, doença que pode levar a uma grave infecção, inclusive com risco de perda rim.

Para que isso não aconteça, a guerreira Valentina precisa passar por uma cirurgia de urgência que custa R$ 50 mil. Contudo, a família é humilde e não tem condições de pagar essa quantia. Em desespero, decidiu organizar uma vakinha virtual para receber doações na tentativa de arrecadar todo o dinheiro para custear a cirurgia. Segundo os especialistas, a criança precisa reconstruir totalmente o canal do ureter.

“Desde que ela saiu da internação ela toma antibióticos todos os dias. Ela não pode ter mais nenhum caso de infecção para não ter agravamento. As dores que ela sente é compara à uma cólica de rim. A cirurgia é para fazer o reimplante do ureter esquerdo, como está com muita dilatação precisa ser totalmente reconstruído. Caso não seja feito a cirurgia ela corre o risco de perder o rim, além de ter uma nova infecção urinária que agravaria ainda mais o caso”, relata a mãe.

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Ao conseguir a consulta com o cirurgião Urologista infantil – o mesmo médico que irá realizar a cirurgia – a mãe descobriu que todos os exames invasivos solicitados não eram tão necessários e que apenas um ultrassom e uma cintilografia renal estática que avalia a função tubular e a estrutura anatômica do córtex renal, bastaria, mas a demora pode ter agravado ainda mais a doença.

Dilatação Pielocalicial

Você pode ajudar a acabar com sofrimento da pequena. Foto: Arquivo Pessoal

A dilatação pielocalicial é conhecida popularmente como rim dilatado. É caracterizado pela dilatação da porção interna do rim, também conhecida como pelve renal, onde sua principal função é coletar a urina e levá-la em direção aos ureteres e à bexiga.

A dilatação, geralmente, pode acontecer devido ao aumento da pressão nas vias urinárias por bloqueio na passagem da urina, o que pode ser provocado por deformidades nas estruturas das vias urinárias, o que é mais comum nas crianças, ou por situações como cálculos, cistos, tumores ou infecção grave dos rins, podendo surgir também em adultos. Esta alteração nem sempre causa sintomas, mas podem surgir dor no abdômen ou alterações para urinar, por exemplo.

A doença pode ser diagnosticada através de exames como ultrassom, que pode demonstrar o grau da dilatação, o tamanho do rim e se o seu tamanho chega a causar compressão dos tecidos dos rins. A dilatação pielocalicial à direita, geralmente, é mais frequente, porém também pode ocorrer no rim esquerdo, ou nos dois rins, sendo bilateral.

A causa ainda não estão bem esclarecidas e, na maioria dos casos, tende a desaparecer após o nascimento do bebê. Entretanto, existem casos causados por deformidades anatômicas nas vias urinárias do bebê, que são situações mais graves.

Como ajudar

A família precisa arrecadar R$ 50 mil até a próxima quinta-feira (10), data da cirurgia. A internação ocorre já pela manhã e o procedimento está marcado para o início da tarde. A Vakinha iniciada há menos de uma semana arrecadou quase R$ 9 mil até o momento e ainda faltam pelo menos R$ 40 mil, o que é um grande desafio, já que faltam cerca de três dias para a cirurgia. Para ajudar a Valentina, basta clicar aqui e acessar o link da Vakinha e fazer a sua doação. O valor mínimo é de R$ 25.

“Já contamos para ela que vai fazer uma cirurgia, mas ela não tem a noção do que é. Ela me pergunta se “vamos para o hospital de novo?”, ela traumatizou, pra ela é algo que está sendo ruim, mas explicamos que é necessário ir. Ela já está cansada de toda essa rotina, tirando os domingos, todos os dias vamos para o hospital. Ficamos assustados quando recebemos a notícia, mas temos fé de que vai dar tudo certo. Estamos nos apegando a Deus para que as coisas melhores, para que a nossa meta seja atingida e que a cirurgia seja um sucesso”, desabafa.

Sobre o autor

Rodrigo Guilherme Cunha

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