Curitiba

Aplicativo criado em Curitiba indica caminhos para portadores de necessidades especiais

Escrito por Maria Luiza Piccoli

Com mapa que engloba o mundo inteiro, aplicativo desenvolvido em Curitiba indica trajetos e pontos adaptados, facilitando a vida de portadores de necessidades especiais

Buracos, desníveis, barreiras, pedras soltas. É com esse tipo de desafio que o curitibano se depara todos os dias ao circular por diversas ruas da cidade. Seja nas regiões periféricas, seja na própria área central, andar a pé pode ser mais difícil do que se pensa em determinados pontos de Curitiba. Se o problema já incomoda o público geral, imagine o que isso não representa para aqueles com algum tipo de dificuldade motora ou especial, cuja locomoção depende de acessórios como muletas ou cadeiras de rodas.

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Preocupado com esse público que, segundo o IBGE representa 6% da população brasileira, um técnico em tecnologia curitibano desenvolveu um aplicativo que – além de ajudar muita gente a se locomover melhor mundo afora – também promete dar voz à milhares de pessoas que, diante dos obstáculos urbanos, agora têm a chance de reivindicar melhorias na infraestrutura dos lugares por onde passam.

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“Moovdis”. Esse é o nome da plataforma gratuita desenvolvida por Valmir Marques, 35. A ideia, que surgiu no ano passado, enquanto o técnico cursava mestrado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), foi apresentada como trabalho de conclusão de curso e agora, ultrapassa as fronteiras do câmpus e chega às lojas de aplicativos para dispositivos Android. Desenvolvido com a ajuda do mestre e professor Alexandre Gael, da UTFPR e com pouco mais de 100 usuários, o programa foi testado com apoio da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) e já opera em diversas cidades do Brasil e do exterior. Logicamente, a ideia é expandir o serviço ainda mais a partir da disponibilização também para os dispositivos com sistema IOS.

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O funcionamento é fácil. Baseado na localização do usuário, o software opera quase como um híbrido de “Waze” e “Trip Advisor” (site onde usuários avaliam estabelecimentos ao redor do mundo). Para entrar em ação, basta começar a circular pela cidade, marcando os pontos de difícil mobilidade. Por enquanto o menu de “negativos” inclui as opções: buraco, barreira, obras, criminalidade, caçambas, falta de rampa de acesso, escada e calçada estreita. “Até o começo do ano que vem será possível incluir outros ícones, de acordo com o que o usuário encontrar pelo caminho”, promete Valmir.

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Dá pra cobrar providências!

Além de sinalizar aos demais perfis o tipo de pavimento de cada ponto da cidade, usuários do Moovdis também têm a opção de fotografar os locais nos quais encontram falhas. Tudo para ajudar aqueles que, por qualquer razão, precisam planejar o trajeto antes de sair de casa. “Depois que o usuário identifica o problema e marca no mapa, dependendo da situação, nós levamos a questão ao conhecimento da administração municipal por meio de hashtags no Twitter, chamando a atenção e solicitando providências. Estamos estudando a possibilidade de fazer uma parceria com o 156 da Prefeitura, para otimizar ainda mais o serviço”, revela o idealizador da plataforma.

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Felizmente, na vida, nem tudo é desgraça. Para destacar locais e estabelecimentos comerciais adaptados, o programa também oferece um menu de “positivos”, nos quais o usuário pode indicar a localização de ruas, lojas, restaurantes, cafés e bares que possuam infraestrutura adaptada como banheiros, elevadores, rampas de acesso, sinaleiros com alerta sonoro, entre outros.

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Para o presidente da ADPF, Mauro Nardini, a iniciativa facilita – e muito – a vida não somente dos cadeirantes, mas também de qualquer portador de necessidades especiais ou cidadãos que, por qualquer motivo, precisam saber que tipo de obstáculos podem ser encontrados no percurso: como quem empurra carrinho de bebê, por exemplo. “A possibilidade de podermos contribuir para facilitar a mobilidade das pessoas deve ser encarada como uma vantagem e também como um grande avanço. Para quem tem algum tipo de dificuldade de locomoção, saber onde circular e onde encontrar espaço adaptado é mais do que simplesmente trafegar com mais facilidade: é sinônimo de qualidade de vida”, finaliza.

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Maria Luiza Piccoli

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