Espírito de Jatobá

Para Marcos Frota, a  composição de um  personagem é uma coisa espiritual. O ator explica que tenta se despir totalmente de seus sentimentos para deixar o personagem ?entrar?. E o ator parece realmente ?encarnar? o cego Jatobá, seu personagem em América. Durante a entrevista, o olhar de Marcos está sempre fixo num ponto distante. O piscar de olhos é praticamente imperceptível e a forma com que gesticula lembra bastante os trejeitos de Jatobá. ?Eu me silenciei, me fiz simples e disponível para ser um instrumento. Já exercitei muito a minha personalidade. Agora, o que vale é a personalidade dele?, filosofa.

Marcos credita o ?sorriso estampado? dos cegos que encontra ao caráter positivo, espirituoso e engraçado que o personagem demonstra. Além disso, o aumento da mobilização em projetos sociais voltados para o assunto faz com que ele se sinta um dos responsáveis por isso. ?Acho que nunca o Brasil falou tanto sobre os cegos como agora?, orgulha-se.

Tonho da Lua

Até hoje lembrado por seu papel em Mulheres de Areia, em 1993, como o Tonho da Lua, o ator vê em Jatobá uma espécie de ?divisor de águas? de sua carreira. O fato de Tonho ter uma faceta mais lúdica, até pela sua deficiência mental, o coloca num patamar diferenciado de Jatobá. ?Ele tem de reinventar toda uma vida através dos sentidos, e o faz com maestria e dignidade.?

A maturidade é o ponto em que o ator mais se identifica com o personagem criado por Glória Perez especialmente para ele. Aos 50 anos, sendo 25 de carreira, o ator diz ter chegado a um estado de realização só possível nessa fase da vida. ?Penso muita na minha vida com essa ótica de altivez sem ?porra-louquice? , argumenta.

Cicatrizes do passado

Hoje, um dos objetivos de Marcos Frota é conseguir um cotidiano feliz, apesar de ter um passado com ?cicatrizes incuráveis?, outra forma de dar asas ao seu lado utópico. ?Eu me identifico muito com as pessoas forjadas na dor, porque dão mais valor à vida e são gratos pelos bons momentos?, dramatiza.

O passado a que Marcos se refere é ao fato de ter perdido, há 12 anos, a então esposa, Sibele, num acidente de carro. O ator teve, desde então, de criar sozinho os três filhos. ?Meu esforço é para passar pelas dificuldades com dor, mas sem sofrimento?, afirma, numa referência a um trecho do poema Viver não dói, de Carlos Drummond de Andrade.

Outra dor que ele parece ainda não ter curado é a da separação da atriz Carolina Dieckmann, com quem esteve casado por seis anos. ?Eu me preparei para ficar casado com a Carol para o resto da vida. Mas é o tipo da dor gostosa de sentir. A dor de amor é sempre bem-vinda?, romantiza.

Já o amor maduro que Jatobá vive com Vera, interpretada por Totia Meirelles, foge aos padrões da relação embalada por casais jovens, recheada de sexualidade e descobertas tão comuns nos folhetins. ?Ele não veio pedir colo para ela porque ficou cego. Ele só veio depois da superação do problema?, reforça. A satisfação com o trabalho se reflete no cotidiano do ator, que toca adiante projetos sociais e seu circo, o Grande Circo Popular do Brasil.

Com a família, ele diz estar numa fase ?iluminada?. E essa nova etapa, tão preconizada por ele, é vista como a chance de se preparar para papéis mais maduros. ?Sei que tenho material humano e vivências para emprestar. Isso me dá a certeza gostosa de que a minha estrada ainda está aí?, teoriza.

Papel de recatada

Flávia Monteiro posou para a Playboy este ano, mas se tem um lado sério e recatado, ela descarrega todo em Olga, sua personagem em Os ricos também choram. Falante, articulada e bem-humorada, a atriz não esconde que estava doida para começar a gravar a nova fase da trama, em que sua personagem se torna uma moça bem mais leve e ganha considerável destaque na história.

Afinal, a filha mais velha da tradicional Arabela, vivida por Françoise Forton, criada para cuidar da mãe até a morte, vê em Alberto, de Márcio Kieling, a oportunidade de desencalhar. ?Quando volta da Revolução, ele parece um bicho. Não come, não fala. Ela faz monólogos imensos enquanto cuida dele?, explica.

Com 33 anos e quase 20 de profissão, Flávia ficou mais conhecida ao interpretar, por três anos, a professora Carol em Chiquititas. Mas ela mesma destaca que sua carreira foi pontilhada por várias personagens de época em tramas como Éramos seis e Salomé. O porquê de ser escalada para esse tipo de novela ela nem imagina. ?Mas adoro. Trabalhos de época exigem mais preparação e não permitem improviso?, acredita.
Nome – Flávia Soares Monteiro
Nascimento – 14 de julho de 1972, no Rio de Janeiro
Na tevê – documentários, programas de entrevistas e séries como Sex and the city

Ao que não assiste na tevê – programas que explorem a violência e desgraça alheia

Nas horas livres – gosta de brincar com o cachorro, tomar café com os amigos e assistir a filmes em DVD
No cinema – assistiu recentemente a 2 Filhos de Francisco e gostou muito
Música – ?Depende do momento. Vou do clássico ao pagode?.
Livro – O ponto de mudança, de Peter Brook
Prato predileto – salada com frango grelhado e arroz
O melhor do guarda-roupa – uma calça black jeans
Perfume – ?Pleasure?, da Ster Leader
O pior presente – ?Um peixinho que ganhei do meu pai. Não estava preparada para o presente e tive de comprar aquário e tudo mais?.
Mulher bonita – Gisele Bündchen
Homem bonito – Keanu Reeves
Cantor – Chico Buarque e Caetano Veloso
Cantora – Elis Regina
Ator – Selton Mello
Atriz – Cláudia Abreu
Escritor – Fernando Pessoa
Arma de sedução – ?Ser eu mesma?.
Programa de índio – ?Jogar futebol?.
Melhor viagem – ?A que fiz para Austrália, Nova Zelândia e Polinésia em 2000?.
Sinônimo de elegância – ?Ângela Vieira é uma mulher muito elegante?.
Inveja – ?De pessoas que têm o corpo perfeito sem precisar malhar?.
Ira – ?Falta de educação e injustiça?.
Cobiça – ?De ter todos os setores da minha vida em equilíbrio e encontrar a felicidade plena?.
Gula – ?Com pipoca. Se deixar, como uma bacia inteira!?
Preguiça – ?É meu maior pecado. Sou 100% preguiçosa. Acordar cedo é a morte para mim?.
Vaidade – ?Sou vaidosa, gosto de estar com o corpo, pele, cabelos e unhas sempre em ordem. Mas nada além do normal?.
Mania – ?De manter a casa sempre arrumada?.
Filosofia de vida – ?O universo sempre conspira a seu favor?.

Harry Potter

A foto é do cartaz que anuncia a novidade do filme Harry Potter, o cálice de fogo, mas quem adora a série pode rever o primeiro: Harry Potter e a pedra filosofal na Sessão das oito e meia – Cinespecial, que o SBT apresenta a partir das 20h30. Harry Potter (Daniel Radcliffe) é um garoto órfão que vive infeliz num armário debaixo das escadas da casa de seus malvados tios. No seu 11.º aniversário, depois de receber um convite para ingressar na famosa escola especializada na formação de jovens bruxos, Harry descobre que é órfão de dois poderosos bruxos e possui poderes mágicos que pode usar para o bem.

Íntimo e pessoal

Contando a história de uma fã de Zezé Di Camargo e Luciano, Denise Fraga fará perguntas íntimas e pessoais para a dupla, num disfarce de jornalista inventado para conseguir acesso aos cantores, acompanhada de uma amiga. A dupla representa a si mesma, no quadro Retrato falado, dentro do Fantástico, que começa às 20h30. O tal encontro inusitado muda a vida profissional das falsas jornalistas.

Encontro da turma

Pit (Ingrid Guimarães) é convidada para um encontro da turma do colégio e estranha Belinha (Heloisa Perissé) não ter recebido o convite. É quando a amiga faz uma confissão: ela não chegou a terminar o Ensino Médio. Pit fica inconformada com a descoberta e convence a sócia a retomar os estudos. Para não fazer feio entre os adolescentes, Belinha renova o seu vocabulário e o guarda-roupa. Às 23h30, na Globo, com a participação de José Abreu.

Parabéns

?Tenho 70 anos com vitalidade de 40?, diz Glória Menezes, um dos principais nomes da televisão brasileira. Comemorando a sétima década na quarta-feira, 19, a atriz tem 45 anos de profissão, mais do que a Globo, que este ano festejou 40 anos. Foi uma das pioneiras nas telenovelas.

Casada com Tarcísio Meira há 43 anos, Glória considera um privilégio chegar a essa idade com boa saúde. Bonita, trabalhando no que gosta e fazendo sucesso, como no último papel, de baronesa Laura, em Senhora do Destino, ela e o marido foram os homenageados especiais do Festival de Gramado, maior evento de cinema do País.

Com três filhos, dos quais o também ator Tarcizinho é o único do casamento com Tarcísio Meira, Glória declarou no início do ano que não acredita que o marido tenha sido fiel a vida toda. ?A mulherada dava em cima dele que era uma coisa de doido?, comentou.

Rola a bola

Tem futebol europeu na Band e campeonato brasileiro na Record. Às 11 horas, a Band passa a briga entre os italianos Inter e o Livorno, e, às 13 horas, passa Betis contra Getofe pelo campeonato espanhol. Mais tarde, às 16 horas, a Record transmite o jogo Internacional e Vasco.

Caipira

O humorístico Dedé e o comando maluco, que vai ao ar a partir do meio-dia, no canal de Silvio Santos, apresenta a aventura do professor Dedé para ensinar o homem mais alto do mundo, que não cabe na sala de aula e vai acabar no circo de Beto Carrero. Depois disso, Dedé cai no sono e vira Mazzaropi, um caipira que resolve nadar num rio cheio de piranhas.