Crítica

“O Diabo de Cada Dia” é sobre os falsos moralistas e pregadores religiosos

Cena do filme "O Diabo de Cada Dia". Foto: Divulgação/Netflix

“Não usar o Santo Nome de Deus em vão”, este é o segundo dos 10 mandamentos da moral católica, seguida por seus fiéis em todo o mundo. A regra é clara, Deus é uma referência absoluta e não se deve pronunciar seu nome de forma indevida.  No entanto, esta regra já caiu por terra diversas vezes. Há inúmeras reportagens, obras literárias e filmes sobre falsos profetas, líderes religiosos e até políticos que utilizaram o Santo Nome como forma de justificar os próprios atos ou conquistar uma legião de devotos.

A nova produção da Netflix, lançada na última quarta-feira (16), O Diabo de Cada Dia mostra a rotina de uma remota cidade norte-americana no período entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã que é rodeada por conflitos, corrupção e ganância com a vinda de um pastor profano, a presença de um casal perverso e um xerife falso moralista.

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Formado por grandes estrelas, o longa tem a participação do ator que deu a vida ao assustador palhaço de Stephen King em It – A Coisa, Bill Skarsgard; o novo protagonista de Batman, Robert Pattinson; Tom Holland, conhecido por interpretar o Homem-Aranhae a jovem Eliza Scanlen, atriz de Adoráveis Mulheres e a minissérie da HBO Objetos Cortantes. A direção é assinada por Antonio Campos, filho do jornalista brasileiro Lucas Mendes e que dirigiu as duas primeiras temporadas da série The Sinner e a cinebiografia da jornalista que se matou ao vivo, Christine (2016).

Cena do filme “O Diabo de Cada Dia”. Foto: Divulgação/Netflix

Vibrante, chocante e impactante. O Diabo de Cada Dia traz uma trama com início desconexo, soltos como peças de um quebra-cabeça que vão se encaixando de forma sutil, ao desenrolar da história. A obra adaptada de Donald Ray Pollock pelo próprio diretor e por Paulo Campos é apresentada ao público cheia de mistérios, suspense e capaz de prender a atenção do espectador, do começo ao fim.

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Além do ótimo roteiro, o elenco é conta com excelentes atuações, com cenas formidáveis que junto com a direção e fotografia uma das melhores obras thriller da Netflix deste ano.

Cena do filme “O Diabo de Cada Dia”. Foto: Divulgação/Netflix

Antonio Campos mais uma vez entrega uma produção cheia de suspense, em uma trama polêmica, mas sem apelar por cenas exageradamente com fortes teor sexual ou de violência. O cineasta utiliza estes momentos no filme com mastreia e elegância, como podemos observar nas suas duas obras citadas anteriormente, The Sinner Christine.

Diabo de Cada Dia é uma boa pedida por quem procura por um filme de suspense com boas doses de tensão e desfechos impressionantes.

Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Pra quem curte: Suspense/Thriller
Pra assistir com: Amigos, crush ou sozinho
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