Programa Mário Vendramel era um The Voice Kids dos anos 80

Crianças da época sonhavam em participar do programa. Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

O The Voice Kids tem uma produção incrível na Rede Globo: tem banda, público, jurados-estrelas, apresentador exclusivo, além de ser fomentado pela explosão das redes sociais. Vejo meus filhos Carol e Gabriel vidrados na atração dominical e até imitando os participantes. Mas nem sempre foi fácil para uma criança cantar ou dublar um artista na TV. 

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Na minha infância, aos 3 anos de idade, nos anos de 1980, quis aprender a tocar guitarra, motivado pelo pai que me apresentou os discos do baiano Pepeu Gomes. Peguei gosto pela música, pelo rock. Quando aprendi os primeiros acordes, meus pais queriam me levar para participar de concursos musicais de calouros na TV.

A opção possível era o Programa Mário Vendramel, na TV Iguaçu (hoje SBT/Rede Massa), em Curitiba. Lá fui eu, preparado, com a minha guitarrinha e meu disquinho do Pepeu Gomes para me apresentar ao vivo numa tarde de sábado de 1981. Os ensaios em casa foram intensos, pelo que me contam primos mais velhos, tios e meus pais. Porque a única lembrança que tenho na memória sou eu chegando no palco do Mário Vendramel, procurando meu pai no meio daquela, para mim, imensa plateia. 

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Só que na hora de começar a tocar, caí no choro porque não achava meu pai e também era playback a apresentação, não era um ao vivo com minha voz como já havia ensaiado. 

Ainda assim, acabei ficando com o segundo lugar no concurso, ganhei uma boia e um pacote macarrão. Não virei músico, mas toco meu violão até hoje. Por conta do jornalismo, trabalhei um tempo na Rede Massa e frequentava diariamente aquele estúdio do “meu The Voice Kids”. Toda vez imaginava que podia ser diferente se a apresentação daquele dia fosse ao vivo como tinha ensaiado em casa. Acabei virando colunista e jornalista, com o sonho de ser rockstar. Está ótimo.