Voltando a viver

Em 1995, na decisão com o Coritiba, 30 mil torcedores pagaram ingressos no Pinheirão para ver o Paraná ganhar o tricampeonato estadual. Dos 30 mil, 20 mil eram tricolores. Gol de Denílson, aos 45 do segundo tempo. No minuto seguinte, um lance de matar, histórico: Régis, o goleiro, salvou o gol que daria o título aos coxas, nos pés do grandioso Ademir Alcântara. Quando campeão e bi, o Paraná arrastou outro tanto. Se um dia existiu essa torcida, ela continua existindo.

Então, se somos incapazes de mexer com o coração quando se trata do time por ele escolhido, pergunto: onde anda a torcida tricolor?

Concordo: foi maltratada pelos desmandos que atiraram o clube numa vala, humilhando-o. Os fracassos técnicos, tendo origem nas administrações perdulárias e irresponsáveis, tornaram-no um time de segunda divisão. Mas não foi só que a torcida sumiu. Está longe porque ainda não acredita que o clube mudou. Foi tão machucada que ainda não percebeu que já se vão 7 meses dessa administração e não se houve falar em crise que repercuta no campo.

O futebol mudou, eu sei. Nesses dias, até o coração, às vezes, tornou-se exigente e, para bater, só com boas razões. E uma é indispensável: números.

Então, chega de romantismo e vamos aos números. Eles são secos, simples e objetivos. Em quinto lugar, o Paraná joga hoje contra o Avaí, na Vila. Ganhando, o que é provável, pode entrar na madrugada entre os quatro que irão subir. Um clube que é grande por natureza não pode falhar nesses momentos. Tem que ganhar.

E para isso precisa da torcida. Como se vê, há uma sociedade de obrigações.

Qualquer caminho para os tricolores vai dar em Vila Capanema. É só seguir em frente.

De primeira

Os atleticanos me perguntam se o Atlético vai vender algum jogador na janela do exterior. Não sei. Não me preocupo. Desde que não seja o goleiro Weverton, qualquer um pode ser negociado que não fará falta.