Uma vitória de Lucho

Na Baixada, aos trancos, às vezes fazendo das tripas coração para compensar a falta de organização tática (foi assim em Salvador) e a inércia do meia Guilherme, o Atlético ganhou do Sport, 2×1.

Foi um jogo deprimente, sem dúvida. Uma ou outra jogada de brilho quando a bola passava por Lucho González e Diego Souza. De resto, foi de arrasto. Mas nada que se afastasse do atual padrão do Brasileiro.

Como Sport, o Furacão pouco conseguia chegar. E nas poucas vezes que conseguiu, esbarrou nas limitações de Coutinho e Ribamar. Em um jogo assim fica fácil para um craque decidir. A visão de jogo de Lucho, empurrou-o para um vazio, na entrada da área do Sport, prevendo que a bola ali cairia. E caiu: Lucho bateu e venceu Magrão.

Houve o pênalti de Zé Ivaldo em Rogério, que Diego Souza transformou no gol de empate. Mas aí, o controvertido Gedoz já estava em campo colocando fogo no jogo. Sofreu pênalti, que também existiu, e marcou o gol da vitória.

Lucho Gonzáles foi o melhor em campo. A vitória foi brilhante, contrastando com a Baixada triste e melancólica como é todo o estádio sem torcida, sem canto, sem bandeira e sem alma.

Ilusão

No sábado, o Coritiba empatou com o Vasco (1×1) no Maracanã, ganhou seu quarto ponto em dois jogos, mas continua entre aqueles que seriam rebaixados. Nelson Rodrigues bateu tanto na tecla contra o sábado que ficou escrito: “O sábado é uma ilusão”.

Se o Coxa ainda não tem o direito de ter esperanças no campo técnico, tem direito a ter ilusão no matemático. Para quem não tinha nada até um dia desse, é uma grande coisa. O time de Oliveira precisa emparelhar os dois tempos. Não conseguirá, se não for mais profundo.

Viver de um gol contra como na vitória sobre o Cruzeiro, e um chute inesperado do bom Rildo, no empate contra o Vasco, é estar sendo empurrado pelo acaso. Como o acaso é traidor, nada garante que logo mude de lado.

Realidade

O empate de 1×1 com o América, em Belo Horizonte, foi mais importante para o Paraná sob o aspecto técnico, do que matemático. É que foi de um jogo brilhante do Tricolor, que provou que a derrota para o Ceará foi um fato isolado.

Agora chegou o momento. Contra o Vila Nova e o Oeste, na Vila Capanema, seus concorrentes, joga a volta à Série A. O Paraná pegou um caminho, que não tem mais volta.

Lembrei do saudoso Evangelino da Costa Neves, presidente do Coritiba. Na semana em que o Coritiba decidiu o título brasileiro com o Bangu me falou na Rádio Independência: “Há jogos que precisamos vencer antes da bola rolar”. Só um tempo depois fui entender o espírito do pensamento “Chinês”.