“E agora, para onde vamos?”, perguntou Martin Luther King para o seu povo negro, depois de reconhecer as conquistas dos seus direitos civis e da justiça racional.
“E agora, para onde vamos?”, ao invés de ser esquecido, tornou-se uma lembrança tão poderosa, que o mundo a adotou referência quando topa com uma encruzilhada.
E agora que o Atlético Paranaense explodiu definitivamente como clube de grandeza nacional, como ficou e para onde vai o Coritiba?
O futebol é mesmo um fenômeno. Provocador de orgulho, gerador de mágoas, remete o Coxa a assistir o rival histórico cheio de garbo, ocupar o lugar que um dia foi seu e que não soube guardá-lo.
Para onde vai o Coritiba?
Sem projeto futuro, com uma diretoria contando os dias para ir embora, a força que lhe resta está no orgulho em razão do que passou. Mas talvez seja muito pouco para quem já teve tudo.
Concordo que é um assunto sensível ao sentimento do torcedor, mas é a verdade. E quando uma final com o Atlético significa muito mais do que deveria, é sinal de reconhecimento de um estágio inferior.
Provoco esse tema para afirmar que o Coritiba criou e atraiu para si a responsabilidade maior de ganhar o título. É que de imediato, para amparar o orgulho, resta-lhe um título do Estadual.
Na Baixada
A vitória do Atlético no Estadual de 2016 era previsível, porque sendo melhor time, estava dentro da lógica. Já não dá para prever a final desse Estadual de 2017. Em condições normais, o Furacão seria favorito por ter melhor time. Mas não acredito que irá correr o risco de escalar todos os titulares. A frase de Autuori – “agora, estou me lixando para a Libertadores” – tem muito de populismo. Criticado, não quis mais se expor com o anúncio de um time reserva. Mas o torcedor atleticano (e coxa, também) que não espere o “time da Libertadores”.
Por isso, tecnicamente, o Coritiba é o favorito? Ninguém sabe como está o time coxa.
Está, aí, um Atletiba com seu conteúdo improvável.
Brilhante
Vi o jogo Atlético 2×1 Flamengo pela Globo, e confesso que fiquei orgulhoso de ter o comentarista Cristian Toledo como colega de profissão. Nem o exalto pela condição técnica, que recepciona a virtude falar bem de um assunto que conhece. Mas pela personalidade para desempenhar a função em uma transmissão nacional pela Globo.