Justiça

O juridiquês é um idioma que foneticamente é semelhante ao nosso, mas complemente diferente na semântica, bem escreveu o jornalista Alberto Dines. Passei dez anos trabalhando dentro de tribunais esportivos, e sai de lá com uma triste lição: não existe Direito Esportivo, que procura o justo pela aplicação correta da lei. O que existe é a Justiça Esportiva, que muitas vezes ignora a aplicação da lei, procurando o justo pela conveniência, pela cor da camisa, pela sensibilidade que provoca o poder de mando.

Ouvi na Transamérica o doutor Domingos Moro falar das razões do Londrina, seu cliente. Entendi bem o que propõe: reconhece a ilegalidade da escalação de Germano, mas reclama a nulidade do processo que o puniu o jogador em maio de 2015. O que me chamou a atenção, é que o doutor afirmou que “estava de saída do Londrina, e por isso requereu para ser lavrado acórdão, e que desse o clube não foi notificado”.

No fundo, o doutor, quer corrigir um erro que ele próprio confessa ter cometido, pois capaz que é, sabe que na lei esportiva o pedido de lavratura de acórdão não interrompe o prazo de recurso. Um advogado só se torna grande quando reconhece que também erra, é uma velha lição. Que às vezes aprende-se tarde.

Reunião

O presidente do Atlético Mário Celso Petraglia passou um bom pedaço do dia de ontem na sede da Fomento Paraná. Foi lá discutir os termos do acordo, pelo qual o governo do Estado irá reconhecer que a sua parte na divisão do custo da Baixada é igual a do Atlético. Isso se tornou possível depois que os direitos sobre as cotas do potencial construtivo foram transferidas para a Fomento. Depois, Estado e Atlético ingressarão com uma ação contra o Munícipio. Bem resumido, Atlético e Estado estão fazendo uma recomposição da divida usando a Lei de Vampeta: o Furacão faz de conta que paga, e o governo estadual faz de conta que recebe.