Furacão 2024

Um dia desses, o doutor Mário Celso Petraglia, às pressas, como se as gerações futuras fossem rasgar a sua história, como ele rasga a dos outros, reuniu os conselheiros. Exibindo um filme de imagens, com a identidade MCP contou a história do Atlético desde 1995, projetando-a até 2024.

No filme dirigido pelo doutor, o tempo dá salto até 2024. Sem presente, o Furacão só tem futuro, como se fosse o personagem inconsequente saído da obra de Alberto Camus, quando trata da morte como forma do absurdo: “Vivemos no futuro”, escreveu o genial escritor franco-argelino.

É verdade: o Atlético desde que Petraglia chegou, vive no futuro. Mas, agora, há um consolo: antes, o futuro era sempre amanhã; agora, tem época marcada, 2024.

A oração de Petraglia nada mais foi do que uma conversa para enganar “trouxas.” Só que com o despertar dos sócios, “os trouxas” diminuíram, ficando reduzidos aos conselheiros.

O Atlético joga contra o Cruzeiro, mas isso pouco importa. É que o jogo no Mineirão, será agora, domingo. E sem Nikão.

Pelo calendário de Petraglia, os atleticanos terão que dormir, ainda, muitas madrugadas.

Tristeza

Na Vila Capanema, lotação máxima: 14 mil torcedores vestindo camisa vermelha e azul. Bandeiras, faixas, tambor e tamborim.

No Maracanã, 35 mil torcedores vestindo rubro-negro e tricolor. Bandeiras, faixas, charanga e um povo feliz.

No Olímpico, 40 mil gaúchos cantando, dançando, vestindo preto e azul, exibindo faixas, bandeiras e cantando a felicidade.

Copiando a ironia do jornalista Ancelmo Gois, de “O Globo”, os atleticanos devem estar pensando: “Como deve ser triste ir ao estádio e ver um jogo com uma torcida assim”.

Riscos

O Coritiba trata o jogo de amanhã à noite contra o Avaí, no Couto Pereira, com a mesma importância dos jogos de grandes conquistas. E, no entanto, é mais um jogo para se afastar da humilhação absoluta, que seria o rebaixamento. Humilhado já está.

Apressado, sem tempo a perder, não pode mais fracassar. O jogo de Recife ainda não terminou, e só terá repercussão matemática definitiva, se não perder pontos em casa. O Avaí é um time de poucas virtudes. Mas uma delas, é saber jogar fora de Florianópolis.