Buscando sobras

No Mineirão, Cruzeiro 1×0 Atlético Paranaense. O Furacão está às cegas. Desorientado, vai caindo na tabela. Não há uma única rodada, que um time que passou pela zona de rebaixamento, não o ultrapasse. Nessa rodada foram São Paulo e, vejam só, o Bahia.

Essa derrota no Mineirão seria absolutamente normal em razão da lógica, se não fossem dois detalhes: a desorganização tática do time foi produzida pelos mesmos equívocos que vêm se repetindo, o que prova o grau de observação dos cientistas rubro-negros. A zaga que já é fraca, inclusive pela péssima colocação, torna-se, ainda, mais fragilizada porque Lucho e Pavez são reféns da inércia de Guilherme.

Durante 90 minutos, se conseguiu sair duas ou três vezes do seu campo com bons propósitos, o Furacão fez muito. Se não fosse o bastante, tudo isso acontece diante Fabiano Soares, a quem falta a lucidez que se exige de um treinador. E a esse detalhe, que já não surpreende, acrescentou-se outro, bem mais grave, que já foi sentido contra a Chapecoense: o time parece que está participando de um final de feira. Se sobrar alguma coisa, leva para casa. É um time sem vontade que aprendeu a cultura do Atlético, que é a de entrar em desmanche no final do ano.

O mais grave é que tudo isso ocorre como consequência do tratamento irresponsável que se dá ao futebol. Todos no CT do Caju, sem distinção, comandados por Paulo Autuori, comportam-se como verdadeiros predadores do clube.

Contra o Corinthians, será um outro time. É um jogo de interesse nacional, em que o jogador se supera por ele e não pelo Atlético.

Reação

Assistindo a goleada do Coritiba sobre o Avaí por 4×0 e a comemoração dos 19 mil coxas no final por afastar mais o rebaixamento, como o torcedor é vítima da sua paixão. É possível que muitos torcedores do Coritiba acabem exaltando essa diretoria pela reação contra a desgraça.

O Coritiba está praticamente a salvo porque os dirigentes não encontraram outro treinador para substituir Marcelo de Oliveira. É quando o acaso intervém e combate os erros.

O jogo foi o que se esperava. Um Avaí medroso, esperando uma falha coxa. Mas quando o Coritiba marcasse, desmontaria qualquer intenção de surpresa dos catarinenses. O gol de pênalti de Wilson mostrou o estágio da qualidade do time formado pelos dirigentes. Precisou do goleiro para chutar a bola da marca fatal.