Opinião

Athletico começa a pegar fogo

Athletico não teve boa atuação, apesar de ter posse de bola, e viu em Jandrei seu melhor jogador. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna do Paraná

Pelo Brasileiro, na Baixada, Athletico 0x0 Ceará.

Bem lá atrás, no meu tempo de inocência, quando voltava para minha casa na rua Simon Bolívar, querendo me ver feliz, minha mãe Adelaide perguntava: “Filho, o Athletico ganhou?”. Às vezes, e era exceção, respondia: “Empatou. E levantei as mãos para o céu”.

Os atleticanos tiveram esse sentimento na Baixada. O Furacão teve o campo, mas, não soube ocupá-lo. Teve a bola, aliás, todas as bolas, mas não soube o que fazer com ela.

O empate sem gols com o encardido Ceará acabou caindo do céu, porque a bola do jogo foi cearense, que esteve para entrar em um escanteio cobrado por Vina. Se fosse possível tornar o justo ou o injusto como algo objetivo no futebol, então uma vitória do Ceará não seria injusta.

Athletico de Diniz?

Não quero adiantar conclusões, mas, uma está sendo inevitável: esse Athletico está me lembrando o Athletico de Fernando Diniz.

O seu visual belo e romântico é comovente: como o Furacão de Diniz, tem a posse da bola e circula jogadores independente de funções. Não obstante, essa supremacia não tem nenhum efeito prático. Nesse jogo, nos seus reduzidos poucos bons momentos, teve a única chance no primeiro tempo com o inacabado Fabinho, que Barros insiste em escalar. Vejam só, duvidei Jandrei, reserva de Santos, que acabou sendo o salvador da pátria rubro-negra.

Em uso o advérbio “quase” ao comparar com Athletico de Diniz para não sacrificar o treinador Eduardo Barros. Embora sofra influência de seu mentor Diniz, nesse momento é vítima. A falta de regularidade de Erick e Abner, a falta de qualidade de Jorginho, Fabinho e Geuvânio, a má vontade de Wellington e considerando que Walter é uma opção casuística e ilusionista, há que se absolver o treinador.

Não obstante à isenção de culpa do treinador, há um fato objetivo de extrema relevância que provoca uma situação: o Furacão não pode mais contratar, em razão da punição que a ética de atuação de Petraglia no mercado de jogadores arrumou na FIFA no caso Rony. Então, a questão a ser resolvida é a se Eduardo Barros vai ter condições de compensar com ordem tática e imposição hierárquica as limitações individuais desse grupo de jogadores. Mais que temer, afirmo que não.

Há dois meses, depois de oito meses, Petraglia afirmou que o Athletico era um time em formação. Esse tempo já passou e o resultado dessa espera é a temerária marca de 15 pontos, onde está o primeiro que seria rebaixado.

Antes escrevi que o Furacão brincava com fogo.

Descuidado, acendeu a sua própria fogueira e nela entrou.

+ Mais Mafuz:

+ Um ambiente atleticano na Comary
+ O enigma de Sicupira na pena de Moser