Workaholicismo: Viciado em trabalho

Quando o trabalho deixa de ser uma atividade normal e passa a ser algo compulsivo e quando a busca pelos resultados acaba comprometendo o relacionamento com os demais na empresa, o profissional pode estar sofrendo de um distúrbio de comportamento classificado como workaholicismo. Segundo o clínico-geral especializado em medicina comportamental Marcelo Dratcu, ter prazer e gostar de sua atividade, ser pró-ativo e cumprir metas e prazos pode ser fundamental, porém, trabalhar excessivamente nem sempre garante bons resultados.

?Ainda que trabalhar muito possa ser considerado por superiores ou pelo próprio profissional como pré-requisito para uma boa performance, em algumas situações isso pode ser um tiro pela culatra?, explica o especialista. Para ele, o workaholic nem sempre tem um desempenho tão bom quanto acha que tem. Ele pode ser muito competitivo, mas se torna agressivo e intolerante com os colegas, criando um péssimo ambiente de trabalho, principalmente quando os outros não seguem o mesmo ritmo. ?O resultado disso, em geral, é o isolamento e a queda na qualidade de vida e da produtividade?, diz.

Não há limites para os compulsivos pelo trabalho. Eles têm comportamentos extremos, como trabalhar a qualquer hora (inclusive em feriados e finais de semana), ou em qualquer lugar, até mesmo enquanto comem. Dormem pouco, têm dificuldade para descansar, relaxar ou tirar férias, além de ter uma visão distorcida do que é o lazer.

Auto-avaliação

Estes profissionais muitas vezes alcançam sucesso na carreira enquanto ainda são jovens, mas, aos poucos, os sinais e sintomas do estresse vão minando a sua saúde, contribuindo para o aparecimento ou agravamento de problemas, principalmente os distúrbios cardiovasculares, como pressão alta, infarto e AVC. De acordo com o especialista, fazer uma auto-avaliação e se conscientizar de que tal situação prejudica a saúde é o primeiro passo. O profissional precisa entender que não vale a pena correr o risco de adoecer física ou mentalmente. Para combater o problema, devem ser adotadas mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos, higiene do sono, dieta saudável e atividades de lazer.

Aceitar a limitação do organismo já é um começo. ?Usar de bom senso, aceitando que precisa de momentos de descanso, o tornará ainda mais produtivo no trabalho?, define o clínico-geral. Ele explica que ser produtivo não significa, necessariamente, ter que ficar depois do horário no escritório com a cabeça fincada nos papéis. Por conta disso, recomenda a terapia cognitivo-comportamental, um conjunto de técnicas que visa detectar e tratar crenças negativas e pensamentos disfuncionais, que geram ansiedade e estresse. O paciente é levado a encontrar essas crenças e pensamentos em situações negativas e angustiantes, e reelaborá-los, o que gera alívio e melhora das emoções.

Quem sofre de workaholicismo

* Não consegue trabalhar em equipe;

* Dificilmente mantém amigos;

* Se preocupa demasiadamente com detalhes;

* Tem o sucesso como  único objetivo;

* Tem medo de perder status;

* Não gosta de correr riscos;

* Não tolera erros.

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