Ronco noturno pode ser adenoides aumentadas

Crianças que respiram pela boca precisam de uma investigação mais apurada.

Se outros distúrbios estiverem associados, o ronco noturno e a falta de apetite, a preocupação dos pais para o provável diagnóstico de adenoides aumentadas, deve estar ainda mais presente.

Em caso positivo, não se deve perder muito tempo para tomar providências, entre elas, a principal é a decisão imediata de fazer a cirurgia. “Quanto mais cedo a operação é feita, sobretudo antes dos três anos de idade, menor a chance de o problema voltar a ocorrer”, alerta o pediatra Ney Penteado de Castro Júnior.

Embora a repetição só ocorra na minoria dos casos, é considerada na hora de recomendar a cirurgia. Os médicos observam a idade do paciente e o grau de alteração das adenóides e avaliam se o desconforto causado justifica a cirurgia.

A cirurgia, que consiste em uma “raspagem” da adenoide, é mais recomendada entre três e sete anos de idade. Se os pais perceberem que a criança chega a ficar alguns segundos sem respirar durante o sono (apneia noturna), a cirurgia deve ser feita com mais rapidez ainda. “Se o problema não é tão grave, é possível aguardar um pouco, já que a adenóide diminui com o tempo”, reconhece o médico.

As adenoides, localizadas na faringe, é um tecido de defesa que fornece informações para a produção de anticorpos contra microorganismos presentes no ar. As amídalas – cujo aumento exagerado está quase sempre associado ao da adenoide – fazem o mesmo papel contra os “invasores” presentes nos alimentos.

“A adenoide grava a memória imunológica que será utilizada para o resto da vida”, esclarece Castro Júnior. Pesquisas atestam que o aumento de adenóide é a quarta doença tratada por especialistas em otorrinolaringologia mais freqüente entre crianças. Perde só para a rinite alérgica, a otite média (inflamação no ouvido) e a respiração bucal relacionada à má postura.

Aumento exagerado

De acordo com o otorrinolaringologista Oswaldo Laércio Mendonça Cruz, são comuns os casos em que os pais não percebem alterações na criança, pois acham que é normal respirar pela boca, por exemplo.

O especialista explica que, no nascimento, a adenóide está retraída, mas cresce de forma lenta e progressiva até atingir seu ponto máximo, normalmente aos sete anos. A partir dos dez, começa a diminuir e, por volta dos quinze anos de idade já se encontra novamente retraída.

A princípio, a adenoide pode regredir espontaneamente e a linha de “comando” deve ser sempre aguardar e observar. Estabelecida uma causa provável para o hiperestímulo, o médico tenta forçar um repouso da glândula, cuidando da causa – quer seja algum tipo de alergia ou alguma infecção.

O aumento exagerado das adenoides é provocado por predisposição individual, ou reações alérgicas sem adequado controle ou controle difícil ou ainda por repetidas infecções locais que fazem com que as adenóides não tenham “repouso”.

Quando aumenta muito, a adenóide pode inviabilizar a respiração pelo nariz. “O ar respirado pela boca é mais frio, seco e impuro, por isso a pessoa fica mais sujeita a infecções respiratórias”, ressalta o especialista.

Dependendo da idade e da duração do problema, podem ocorrer alterações no céu da boca e na arcada dentária. Em adultos, que praticamente não têm adenoide, o aumento pode estar relacionado a outras doenças, como a aids e a mononucleose.

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