Para cada destino, uma vacina diferente

“Só agora as empresas estão começando a tomar medidas para proteger a saúde dos profissionais que viajam e trabalham no exterior, embora o número de viagens internacionais a trabalho venha aumentando a cada dia”, afirma o médico Jessé Alves, membro do Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Em 2005, mais de 3,8 milhões de brasileiros viajaram ao exterior, conforme dados do Ministério do Turismo.

Hoje, viajar e trabalhar fora do país já não é uma atividade exclusiva dos executivos. Empresas do setor petroleiro e construção mantêm um grande contingente de profissionais de campo, alguns trabalhando em locais onde as condições de higiene e saúde estão longe das ideais.

“A vacinação é importante porque evita doenças infecciosas que, se afetarem o trabalhador, geram custos para as empresas com perdas de dias de trabalho, eventuais complicações, medicamentos, remoção para outros locais”, disse Jessé Alves.

A médica Isabela Ballalai, dirigente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), acredita que esta proteção deve ser estendida também aos trabalhadores, responsáveis pelo serviço receptivo de estrangeiros, como taxistas, motoristas de ônibus, guias turísticos e funcionários de aeroportos, portos, hotéis e restaurantes, para evitar que os brasileiros sejam contaminados por doenças transmissíveis. “O sarampo está controlado no Brasil, mas existe em países como Alemanha  e Inglaterra. Se uma pessoa infectada chegar ao país, pode trazer a doença de novo”, observou a especialista.

Proteção à saúde

Existem dois tipos de vacinas para os viajantes: as obrigatórias e as recomendadas. As  obrigatórias são exigidas pelas autoridades sanitárias antes da viagem, como é o caso da vacina contra a febre amarela (para quem viaja para países da região amazônica)  e contra meningite meningocócica (para quem vai até a Arábia Saudita). O trabalhador que viaja pelo Brasil deve se prevenir contra a febre amarela se seu destino for também os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

Embora não obrigatórias, as vacinas recomendadas têm por objetivo proteger a saúde do trabalhador. As mais comuns são contra hepatite A e B, febre tifóide, tétano, poliomielite, sarampo, encefalite japonesa, raiva. É importante destacar que essas doenças não ocorrem apenas em países em desenvolvimento. O sarampo, considerado erradicado no Brasil, foi registrado na Alemanha (antes da Copa do Mundo) e no Reino Unido. Além de afetar países asiáticos, como Indonésia, China e Índia, a  encefalite japonesa ocorre no norte da Austrália.

Profissionais de campo devem estar atentos contra o tétano, a febre tifóide e a raiva se forem trabalhar em países da África e da Ásia. Já a febre tifóide é provocada por um tipo de salmonela transmitida por água e alimentos contaminados. Os profissionais que vão trabalhar na África do Sul e sudeste da Ásia devem se prevenir contra a raiva, doença provocada por um vírus, transmitido pela mordida de um animal infectado.

Mesmo quem já foi vacinado na infância contra poliomielite  deve tomar um cuidado redobrado se for trabalhar na África e na Ásia. Uma dose de reforço é recomendada se passados dez anos da dose inicial. O trabalhador que for permanecer em locais com alta incidência de hepatite B (região amazônica, África e Ásia) deve se prevenir contra esta doença, considerada a mais perigosa das hepatites virais.

DOENÇAS EVITADAS COM VACINAS

*    Difteria/tétano.

*    Febre amarela.

*    Meningite meningocócica.

*    Varicela (catapora).

*    Gripe (influenza).

*    Raiva.

*    Hepatite A.

*    Febre tifóide.

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