Nutrição: Ponha fibras na sua alimentação

Descuidar da alimentação parece estar sendo um mandamento para as pessoas que levam a vida atribulada do mundo moderno. Na correria de todos os dias, comer apressadamente um sanduíche, um salgadinho ou deixar de lado as frutas e legumes parece ser a opção. No entanto, todos sabemos que não é. Comer mal pode trazer diversos problemas, entre eles, um dos mais desagradáveis: a prisão de ventre. A solução para se evitar esse mal, segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia, é a inclusão de fibras na alimentação.

As fibras são classificadas em solúveis e insolúveis. As solúveis agem, principalmente, no estômago e no intestino delgado, proporcionando uma digestão mais lenta e eficaz. Elas são encontradas na aveia, na cevada, no bagaço de frutas cítricas, na maçã e na goiaba. As insolúveis atuam no intestino grosso (cólon) absorvendo água e, assim, aumentam de tamanho, deixando as fezes mais amolecidas para a evacuação. Essa massa de fezes pressiona a parede do intestino, estimulando-o a trabalhar mais para evacuar, evitando a prisão de ventre. As insolúveis são encontradas em cereais, hortaliças (alface), na casca das frutas, na couve e em alguns legumes.

Solúveis e insolúveis

Por descuido ou negligência, nem sempre as pessoas conseguem incluí-las nas suas refeições. Uma opção é consumi-las em forma de medicamentos. Existem as formulações com as fibras naturais (solúveis e insolúveis) e as sintéticas (insolúveis). Comercializadas em pó ou em cápsulas, as fibras naturais mais comumente encontradas no Brasil são o Plantago ovata (Psyllium), o guar gum e o ágar-ágar. Já as fibras sintéticas, entre elas a policarbofila cálcica, são comercializadas em forma de comprimidos.

Difundidas erroneamente como produtos que não causam efeitos colaterais, as fibras naturais industrializadas, na verdade, podem trazer alguns inconvenientes, como a sensação de estômago pesado e estufado, além de cólicas. Quem alerta sobre tal efeito é o gastroenterologista Lino Rodrigues Júnior: ?As fibras naturais retêm água e costumam ?inchar? e aumentar sua viscosidade enquanto ainda se encontram no estômago, levando à sensação de peso no estômago?, observa. Já a policarbofila cálcica, em condições ácidas, absorve muito menos água, enquanto que no intestino, onde o pH é básico, atinge seu poder hidrofílico total, absorvendo setenta vezes seu peso em água. Isso permite minimizar a sensação de empachamento.

As fibras ajudam…

– no combate ao mau hálito.

– no controle da digestão da glicose.

– o intestino a trabalhar melhor.

– na digestão.

– a evitar o câncer de cólon.

– a reduzir o colesterol.

QUANTO CONSUMIR

O FDA (Food and Drug Administration, instituição que controla os alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) preconiza que um homem adulto deve ingerir de 25 a 35 gramas de fibras por dia. Para as crianças e adolescentes até 20 anos, o cálculo para determinar a quantidade diária de fibra ingerida é a idade + 5. Assim, se a criança tiver 10 anos (10 + 5 = 15), ela deverá ingerir 15 gramas de fibras por dia. Diariamente, ninguém precisa se preocupar com o consumo desse ou daquele tipo de fibra, o importante é consumir a quantidade diária sugerida pelo FDA. A falta de fibras na dieta tem como sintomas fezes ressecadas e prisão de ventre, mas o excesso pode provocar gases, diarréia e perdas de elementos nutritivos, como cálcio e algumas vitaminas.

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