Número de transplantes poderia ser maior

A Santa Casa de Misericórdia de Curitiba é o segundo hospital do País em transplante de coração. As cirurgias realizadas no hospital representaram 10% desse tipo de procedimento efetuado, em 2006, no Brasil, consolidando o hospital como um importante centro de referência na área. Incluindo os transplantes de válvula cardíaca, procedimento praticamente exclusivo do hospital – que foi responsável por 97 das 102 cirurgias realizadas no Brasil, a Santa Casa realizou ao todo, 179 transplantes em 2006, entre eles, de rim, pâncreas e fígado.

Para atingir índices ainda maiores, o hospital precisa vencer as dificuldades na captação de órgãos. Segundo a coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos, Ana Cláudia Dambinski, o primeiro obstáculo começa na falta de comprometimento de hospitais que não informam à Central Estadual de Transplantes os possíveis doadores e não fazem o diagnóstico de morte encefálica, requisito básico para doação. ?Existem hospitais que não percebem a importância de identificar possíveis doadores de órgãos, apenas vêem o procedimento como trabalhoso, que traz mais custos ao hospital, já que é preciso manter o paciente por mais tempo na UTI?, reclama.

A Santa Casa, que é um dos hospitais autorizados a fazer a captação de órgãos, recebeu este ano apenas quatro pacientes com quadro de morte encefálica, que foram transferidos de outros hospitais de Curitiba. ?É um número muito pequeno se compararmos ao volume de óbitos que acontecem todos os dias nos hospitais?, considera a coordenadora.

A outra dificuldade da captação de órgãos e tecidos é a abordagem da família do possível doador. Segundo a assistente social, Reni Ery de Lima Jorge, há falta de informação sobre a doação de órgãos no Brasil. ?Algumas pessoas desconhecem o que é morte cerebral, outras, por questões religiosas, não querem que se retirem os órgãos do familiar?, comenta.

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