Um em cada quatro brasileiros tem pressão acima do normal, segundo a pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia. E o mais assustador é que em mais de 90% dos casos a hipertensão é assintomática, ou seja, as pessoas não têm os sintomas característicos da doença. A pequena parcela que é ?avisada? do problema sente dor na região da nuca, tontura, desequilíbrio, calor excessivo, taquicardia e dificuldade de visão.
De acordo com o cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, Marcos Henrique Bubna, poucas pessoas têm o costume de verificar a pressão regularmente. ?Grande parte da população só fica sabendo que sofre de hipertensão quando tem uma insuficiência cardíaca ou renal, uma trombose, um derrame ou ainda um infarto?, revela. Essas conseqüências podem ser ainda mais graves, levando o indivíduo à morte.
A hipertensão arterial sistêmica e a hipertensão pulmonar serão discutidas por especialistas de diversas áreas, nos dias 17 e 18 de março, no 1.º Seminário Científico de 2006, no Hospital Cardiológico Costantini. Já estão confirmados os cardiologistas Luiz Bortolotto e Alessandra Costa Barreto (ambos do InCor/SP), Carlos Roberto Facin (do Hospital Cardiológico Costantini) e Enilton Lima Júnior (PUCPR), os nefrologistas José Gastão Rocha e Rogério Mulinari (ambos da UFPR) e os pneumologistas João Adriano de Barros e Leda Maria Rabelo (também da UFPR).
Doença
A prevenção contra a hipertensão continua sendo o melhor remédio. Medidas simples como mudar o estilo de vida, parar de fumar, moderar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos aeróbicos e, principalmente, reduzir o sal da alimentação podem evitar seqüelas irreversíveis para a vida toda.
A hipertensão está associada a diversos fatores, entre eles a obesidade, a vida sedentária e a predisposição hereditária. O excesso na ingestão de álcool ou de sal também tem um papel importante no desenvolvimento da hipertensão arterial. Já o estresse tende a elevar temporariamente a pressão arterial, mas, em geral, a pressão retorna ao normal assim que esse momento de estresse desaparece.
Existe ainda a denominada hipertensão secundária, que aparece em 5% dos casos de pressão alta. Ela é decorrente de outras doenças, como entupimento da artéria do rim e outros distúrbios renais, má formação da aorta e tumor da glândula supra-renal, responsável pela produção de hormônios no organismo.
Erros comuns relacionados à hipertensão
– Achar que pressão baixa é tão prejudicial quanto pressão alta
– Usar o saleiro antes de provar o alimento
– Considerar-se velho para começar a fazer exercícios
– Ser "atleta" somente nos finais de semana
– Imaginar que o medicamento para a pressão causa impotência
– Abandonar o tratamento porque a pressão abaixou