Cuba apresenta vacina sintética contra pneumonia e meningite

Cuba apresentou à comunidade científica internacional, após 14 anos de pesquisa, a primeira vacina sintética contra a bactéria Haemophilus Influenzae, responsável pela meningite e pneumonia em crianças com menos de cinco anos, com mortalidade que supera meio milhão de vítimas anuais no mundo.

A vacina, que é obtida com um antígeno sintético, foi apresentada por um de seus descobridores, o engenheiro químico cubano Vicente Verez, durante o Foro de Biotecnologia que aconteceu há alguns dias em Havana.

“Trata-se de uma tecnologia alternativa que abre caminhos para outras vacinas com antígenos sintéticos”, disse à imprensa Verez, diretor do Centro de Estudos sobre Antígenos Sintéticos da Faculdade de Química da Universidade de Havana. A vacina custa atualmente oito dólares nos Estados Unidos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) pretende diminuir esse preço para três dólares.

A novidade dessa vacina é seu caráter sintético. “Não há registros de que alguma vacina humana com antígenos sintéticos esteja sendo usada atualmente”, afirmou Verez. Para sua fabricação, foram reproduzidas por síntese química moléculas bioativas que até agora só eram obtidas no mundo através de cultivos bacterianos. As primeiras vacinas contra a Haemophilus Influenzae, feitas a partir da bactéria, começaram a ser usadas no começo dos anos 90 nos Estados Unidos e depois em outros países.

Verez sublinhou as possibilidades de produção em massa com o uso de tecnologia da indústria farmacêutica. “A maior parte dos medicamentos são sintéticos”, lembrou o pesquisador cubano. Enquanto as companhias farmacêuticas conseguiram depois de uma década levar a produção mundial a 100 milhões de doses, Cuba crê que nos próximos dois ou três anos estará em condições de elaborar 50 milhões de doses na ilha.

Uma em cada 200 crianças menores de cinco anos são afetadas de forma invasiva pela Haemophilus. Mundialmente estima-se uma taxa anual de 3 milhões de casos, com cerca de 400 mil a 600 mil óbitos. Em vários países desenvolvidos, essa é a primeira causa de retardamento mental.

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