Coração provoca 30% das mortes em Curitiba

O engenheiro aposentado Kouros Ghobad diz que hoje é uma outra pessoa. Tudo mudou na sua vida em 2000, depois que ele teve um infarto dentro do avião. “Eu era uma pessoa estressada, não cuidava da alimentação, não fazia atividade física nem me importava com os sinais de cansaço que o meu corpo dava”, falou. Agora Ghobad leva uma vida regrada, com tempo para ele e a família. Evita alimentos gordurosos e se dedica a exercícios físicos.

A história do engenheiro é semelhante à de muitas pessoas, que só adotam um novo comportamento de vida depois que as doenças aparecem. De acordo com o cardiologista Marcos Henrique Bubna, as novas tecnologias na área da saúde disponibilizam muitos tratamentos, porém é preciso que as pessoas pensem na prevenção. Essa será a tônica do Dia Mundial do Coração, que será comemorado amanhã.

Segundo Bubna, os fatores de risco para as doenças coronárias são o estresse, o sedentarismo, hipertensão, diabetes, colesterol alterado e dieta alimentar incorreta. De acordo com o médico, alguns sinais de alerta podem ser observados antes da ocorrência de uma doença do coração. Entre elas estão a angina (dor no coração), que acontece durante o esforço físico, queimação ou aperto no peito, pescoço e ombros, cansaço, falta de ar, suor e palpitação. Já o derrame cerebral pode apresentar como sinal dor de cabeça súbita, alteração na fala, perda na consciência e da força de um dos lados do corpo. O principal fator de risco do derrame é a alteração da pressão arterial. “Quanto mais rápido o paciente procurar ajuda clínica, menores serão os danos causados pelo problema”, comentou.

Das 9,5 mil pessoas que morreram em Curitiba no ano passado, 30% tiveram problemas no coração. No período de 1989 à 2003, 10% das causas de internamento em hospitais da capital estavam relacionadas às doenças coronárias.

Programa

Para tentar diminuir esses números, a Secretaria da Saúde de Curitiba vem desenvolvendo um programa voltado para os hipertensos. O coordenador do programa, Fernando Fabiano Catellano Júnior, diz que todas as unidades de saúde do município têm condições de identificar e encaminhar os pacientes. Ele destaca que a maioria dos resultados de melhora dos pacientes que passam pelo programa é obtida pela mudança dos hábitos de vida, como alimentação, prática de exercícios físicos e perda de peso. “Uma vez identifica a doença, ela pode ser controlada, o que evita outras complicações para o paciente”, falou.

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