Colírio não deve ser usado sem prescrição médica

O Brasil está entre os cinco maiores consumidores de medicamento do mundo.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta a automedicação como uma grave questão de saúde pública no país pela falta de informação da população para usar o medicamento correto.

Segundo levantamento da Abifarma (Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas) 80 milhões de brasileiros se automedicam.

O uso incorreto de medicamentos responde por 30% das intoxicações, mascara doenças e possibilita o sério comprometimento da saúde.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, no verão quatro em cada 10 pacientes que sentem desconforto visual já chegam à consulta médica usando colírio por conta própria. A maior preocupação é a de que o brasileiro, não vê colírio como remédio porque qualquer que seja a fórmula, provoca uma sensação de alívio imediato, por aumentar a lubrificação da superfície ocular. Porém, adverte o médico, usar colírio inadequado pode prejudicar a visão.

Outro erro cometido por sete em cada 10 pacientes é o compartilhamento do mesmo frasco de medicamento entre várias pessoas da família. “Colírio não deve ser compartilhado, adverte o médico, porque possibilita a contaminação cruzada”, alerta Queiroz Neto.

Conjuntivite

Crianças e adolescentes com idade entre nove e 17 anos responderam por 60% dos casos de automedicação do estudo, totalizando 88 pacientes. Desses, 25% estavam com conjuntivite, 30% tinham alergia ocular e 45% irritação nos olhos pelo contato com a água das piscinas ou mar sem proteção.

Entre os 59 adultos, 12% apresentaram olho seco, 25% estavam com conjuntivite. Os demais tinham ceratite (inflamação da córnea) e outras doenças oculares comuns na idade adulta.

O especialista explica que a conjuntivite viral, ceratite, alergia e olho seco têm os mesmo sintomas: coceira, ardência, olhos vermelhos, aversão à luz e visão borrada, mas os tratamentos são diferentes.

A conjuntivite viral resulta de uma queda no campo imunológico. É facilitada pelas aglomerações, umidade e má alimentação, podendo desaparecer em três dias, afirma. Por isso, o tratamento inicial pode ser feito apenas com compressas geladas.

Nos casos mais persistentes, comenta, é indicado colírio antiinflamatório por até sete dias. “O uso indiscriminado ou prolongado de antiinflamatório que geralmente contém corticóide aumenta o risco de surgir catarata e glaucoma”, observa o oftalmologista.

Evitar contaminação

A ceratite (inflamação da córnea) e o olho seco são decorrentes de diversos fatores, entre eles, as flutuações hormonais entre mulheres na menopausa, excesso de ar condicionado, longas viagens aéreas e uso prolongado de lentes de contato.

Na inflamação da córnea a recomendação é interromper o uso das lentes de contato e usar colírio antiinflamatório. Já o olho seco, requer apenas a aplicação de lágrima artificial acompanhada de alimentação rica em vitaminas A e E.

A conjuntivite bacteriana, também comum no verão por causa do tempo quente associado ao contato com a água do mar e piscinas, tem uma secreção amarelada além dos outros sintomas da viral e o tratamento é feito com colírio antibiótico.

Adultos que apresentam olhos vermelhos sem qualquer causa aparente podem ser portadores de glaucoma. No início a doença não altera a acuidade visual, mas se não for controlada a tempo com colírios adequados leva à cegueira, destaca.

Para evitar a contaminação dos olhos no verão, Queiroz Neto afirma que é necessário manter as mãos limpas, não coçar os olhos, evitar aglomerações, compartilhamento de colírio, toalha, fronha e maquiagem.

Uso correto

* Lave as mãos antes da aplicação
* Incline a cabeça para trás
* Flexione a p&aacut,e;lpebra inferior com o indicador
* Com a outra mão segure o dosador
* Coloque o medicamento sem relar no bico dosado, evitando a contaminação
* Feche os olhos por 3 minutos para garantir o efeito
* Se usar lentes de contato, recoloque-as depois de 10 minutos da aplicação
* Em caso de prescrição de mais de um colírio, aguarde 15 minutos entre um e outro
* Só aplique o medicamento que estiver dentro do prazo de validade

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