Colesterol alto é uma ameaça para o coração

De acordo com dados Organização Mundial da Saúde, todo ano mais de 17 milhões de pessoas, no mundo, morrem vítimas de doenças cardiovasculares relacionadas aos altos níveis de colesterol no sangue.

Atualmente, cerca de 20% da população mundial têm colesterol LDL acima do ideal. No Brasil, o problema atinge aproximadamente 22 milhões de pessoas. O controle da substância é fundamental para evitar o risco de se desenvolver doenças coronárias.

Na medida em que o colesterol se deposita nas paredes das artérias, diminui o espaço para a passagem do sangue e, com o tempo, algumas delas podem ficar totalmente obstruídas. Com isso, ocorre, por exemplo, o infarto agudo do miocárdio ou a isquemia cerebral, conhecida como derrame.

“Para não chegar a esse ponto, a pessoa deve procurar orientação médica precocemente, pois a elevação do colesterol não costuma provocar qualquer desconforto até que a situação esteja bastante grave”, explica o cardiologista César Jardim.

Os alimentos que ingerimos têm bastante influência sobre os níveis de gordura no organismo, pois 30% de todo colesterol encontrado no corpo são provenientes dos alimentos.

Por isso, o aumento dos índices está relacionado à alimentação inadequada. Além do colesterol elevado, há outros fatores de risco para doenças do coração, como hipertensão, diabetes, fumo e pré-disposição genética.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 50% dos ataques cardíacos poderiam ser evitados se os níveis de colesterol fossem controlados. Dos brasileiros que têm colesterol elevado, menos da metade trata o problema.

Gorduras saturadas

Um estudo divulgado no final de julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a alimentação dos brasileiros vai mal e só contribui para o aumento do número de pessoas com doenças do coração.

Cerca de 90% da população está fora do padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao consumo de frutas, verduras e legumes. O tradicional arroz com feijão e carne, segundo a pesquisa, é uma refeição de baixo teor de nutrientes e alto conteúdo calórico.

Os dados mostram ainda que, apesar do consumo aceitável de proteínas, o de açúcares foi considerado excessivo em 61% da população e o de gorduras saturadas em 82%.

Os níveis de colesterol aumentam quando ingerimos gorduras saturadas (carnes gordurosas, pele de frango, leite e derivados de leite integrais) presentes, também, em alguns alimentos de origem vegetal (azeite de dendê, gordura de côco), além de gordura trans.

Essa última é formada no processo de hidrogenação industrial, que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida. Suas principais fontes são os alimentos industrializados que utilizam gordura vegetal hidrogenada, como sorvetes, bolachas e biscoitos recheados.

“Grande parte dos alimentos que utilizava gorduras hidrogenadas reduziram a quantidade na formulação e temos a opção desses mesmos produtos sem gordura trans por porção”, explica a nutricionista Camila Gracia.

Atividade física

O cardiologista Walmor Lemke explica que o principal objetivo ao reduzir o colesterol é baixar o nível de mau colesterol (LDL) e elevar o bom colesterol (HDL).

Por isso, ter uma dieta saudável e consumir alimentos que ajudam a desintoxicar o organismo e diminuir os níveis de LDL (como por exemplo: alimentos integrais, verduras, legumes e frutas frescas – preferencialmente crus, – carnes magras e temperos naturais).

Exercite-se pelo menos 30 minutos, três vezes por semana e procure manter seu peso ideal. Um exemplo de mudança de vida é a aluna da academia Curves Campo Largo, que driblou o colesterol por meio da atividade física.

Mariana Silva, 27 anos, sempre soube da importância de praticar exercícios físicos, porém a correria do dia a dia, associada à falta de tempo, não permitia que ela realizasse exercícios.

Seu colesterol estava alto para a idade, apesar de não estar acima do peso. “Os médicos receitaram remédios, mas resolvi que não iria utilizar e que buscaria a atividade física como forma para o tratamento”, ressalta.

Em pouco tempo obteve um ótimo resultado apenas com exercícios e mudanças nos hábitos alimentares. Em dois meses seu colesterol, considerado de alto risco, caiu para 214 mg/dL, quase dentro do limite, indicado pelos médicos.

Prevenção deve começar cedo

Já vai longe a época em que criança gordinha era sinal de saúde. Já é de conhecimento geral que a obesidade pode atingir os mais novos, elevando os níveis do colesterol.

O que os pais precisam saber é que crianças e adolescentes mais magros também podem ser suscetíveis a esse mal. Via de regra, para manter o colesterol nos níveis normais, alimentação adequada e o incentivo à prática de atividades físicas são fundamentais e devem fazer parte da rotina dos jovens.

Segundo o cardiologista Raul Dias dos Santos Filho, o perigo está no fato do aumento do colesterol não apresentar sintomas, sendo somente verificado por meio do exame de sangue.

Por isso, sempre é recomendável que, além de manter o peso em níveis ideais, crianças a partir de 10 anos verifiquem o colesterol para evitar complicações futuras.

“Em crianças que possuem histórico de doenças cardíacas precoces na família, a medição do colesterol deve ser feita logo aos dois anos de idade”, alerta o especialista.

Santos reforça que, na maioria dos casos, o distúrbio na infância e adolescência é tratado com mudança nos hábitos alimentares e atividade física. Porém, a necessidade de tratamento medicamentoso sempre deve ser ponderada.

“Somente o médico pode avaliar em qual situação se deve iniciar o tratamento farmacológico para o controle em crianças e adolescentes”, conclui. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os níveis ideais de colesterol no sangue devem ser:

* Colesterol total – abaixo de 200mg/dL de sangue

* Bom Colesterol (HDL) – acima de 35mg/dL de sangue

* Mau Colesterol (LDL)-abaixo de 130mg/dL de sangue.

Para reduzir o colesterol

* Fazer exame de sangue para medir a taxa de colesterol

* Limitar o consumo de alimentos com gorduras saturadas

* Consumir porções diárias de frutas e verduras

* Consumir cereais ou outros derivados de grãos integrais

* Dar preferência em consumir peixe, carnes magras e frango sem pele

* Preferir leite desnatado

* Praticar exercícios físicos sob orientação diariamente

* Manter peso saudável

* Abolir o cigarro

* Consumir álcool com moderação

* Buscar orientações com o médico

Fonte: Associação Americana do Coração.

Voltar ao topo