Células-tronco: a esperança da cura

As células-tronco dão origem, geralmente, aos tipos celulares dos tecidos de onde são provenientes. Assim, as células retiradas da medula óssea ou do sangue de cordão umbilical dão origem facilmente a células sanguíneas. A utilização para fins terapêuticos pode representar talvez a única esperança para o tratamento de inúmeras doenças ou para pacientes, que sofreram lesões incapacitantes da medula espinhal, o que impedem seus movimentos.

As células-tronco existem em vários tecidos humanos, no cordão umbilical e em células embrionárias na fase de blastócito (após a fecundação o ovo). Elas se diferem das restantes por terem a capacidade de se auto-renovar e se dividir indefinidamente, além de serem capazes de se diferenciar em linhagens celulares distintas.

Segundo o biólogo doutor em Genética Humana, Fábio Faucz, estudos recentes têm apontado que, o sangue de cordão possui uma população de células com elevado potencial de diferenciação. "Todos os pacientes tratados com células-tronco no combate a doenças cardíacas e esclerose múltipla – doenças que não tem ainda aprovado a utilização em rotina hospitalar – já viram benefícios. Pode não ser a cura completa, mas já foi o equilíbrio do quadro clínico, no caso da esclerose múltipla, doença degenerativa progressiva, com a ajuda das células-tronco a doença não progride e o quadro clínico fica estabilizado. Isto para o doente já é um ganho qualidade de vida. Acredito que, em médio prazo teremos a utilização das células-tronco bastante disseminadas dentro dos hospitais", conta.

De acordo ainda com Faucz, na capital paranaense, por exemplo, já está sendo desenvolvido uma pesquisa na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), com apoio da Cryogene-Criogenia Biológica, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Pró-Renal, com o objetivo de fazer com que as células-tronco do sangue de cordão umbilical se transformem em células com capacidade de produzir insulina, o que poderá ser uma grande ajuda no tratamento da diabetes.

De olho nessas novas possibilidades de tratamento de saúde, muitos pais – preocupados com o futuro de seus filhos – optam por conservar as células de seus cordões. "Como o nascimento de um filho é algo único, que não se repete da mesma forma, a chance da coleta e do armazenamento do sangue do cordão umbilical também é única", afirma o doutor em Genética Humana.

Coleta e armazenamento – Um dos diretores da Cryogene – Criogenia Biológica, empresa paranaense com sede em Curitiba, especializada em coleta e armazenamento de sangue de cordão umbilical, Augusto Samways, ressalta que, a decisão de congelamento deve ser feita até a 32ª semana de gestação. "Se os pais optarem por fazer a coleta e congelamento na Cryogene, os profissionais da empresa explicarão todos os procedimentos do armazemanento e do contrato de serviços. A Cryogene tem uma equipe especializada para fazer a coleta. Em partos realizados fora da capital, caso o próprio obstetra não se sinta a vontade para realizar a coleta, será enviado um profissional especializado e credenciado para fazer o trabalho. O transporte do material é seguro e tem até 48 horas, em temperatura ambiente, para chegar a capital paranaense", diz Samways. O procedimento de coleta não traz riscos nem para o recém-nascido nem para a mãe, porque é feito na placenta e no cordão após a separação do recém-nascido e antes destes serem devidamente descartados. Logo após, o sangue é testado para verificar sua viabilidade, capacidade de formar novas células e se existe algum tipo de contaminação. Posteriormente, são adicionadas substâncias que garantirão a preservação do material durante o processo de criopreservação para, finalmente, ser armazenado em tanques de nitrogênio líquido, em bolsas especiais. Com isso, as células-tronco são estocadas a baixas temperaturas e podem permanecer assim por um período indeterminado.

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