Mas será que é possível aproveitar os movimentos destas danças típicas da folia para ficar com o corpo em forma? Para a professora de dança de salão Karina Sabah, do Centro de Dança Jaime Aroxa, em São Paulo, o carnaval é uma época propícia para gastar calorias e fortalecer os músculos, porém, é também um período em que exageros são comuns, por isso, ela sugere equilíbrio e moderação.
“Seja com o samba ou com os demais ritmos de carnaval, você perde peso, anima o corpo e a alma, ganha mais resistência e trabalha os músculos, porém, se você exagerar na dose, o cansaço pode minar a sua festa”, alerta Karina.
Existem vários tipos de samba. Os mais comuns nesta época do ano são o de gafieira, mais coreografado e ideal para dançar juntinho, e o típico da avenida.
O estilo “samba no pé” é mais rápido e, por isso, mais propício a perda de peso. A professora de dança de salão explica que o samba de avenida trabalha pernas, glúteos, coxas, quadris e braços e que uma hora de dança faz gastar, em média, 400 calorias:
“Você sacode tudo. Além de fortalecer a musculatura, o samba ajuda a perder peso e aumentar a resistência”, explica. “Porém, para aguentar o pique, é preciso cuidado com alimentação e hidratação. Senão, o corpo sofre com a exaustão”, continua.
Se o samba faz a alegria dos foliões na avenida, é o frevo que comanda a festa nos carnavais de rua de todo o país, em especial na região Nordeste.
O mestre e professor de frevo Jorge Marino, da Casa de Cultura da América Latina, em Brasília, conta que o sobe e desce das sombrinhas, típico da dança, proporciona a perda de 600 calorias por meia hora de prática. Para ele, que tem 70 anos e dá aulas de frevo há 50, a dança é uma das mais completas para manter o corpo em forma:
“Você faz muito esforço para equilibrar o corpo e a sombrinha e por isso, trabalha glúteos, quadris, pernas e braços, perdendo muitas calorias e mantendo um corpo saudável. Os meus 50 anos de frevo são a prova de que ele faz bem até para envelhecer com saúde e disposição”, brinca Jorge.
Pensou no carnaval baiano, pensou em axé. O ritmo contagiante que agita os trios elétricos ganhou espaço e se tornou mania nacional, levando as coreografias sensuais e cheias de ginga para os quatro cantos do país – e para as academias também.
O professor de ginástica e axé da Runner Academia, filial Guarulhos, Régis Silva, explica que a cada hora de dança, o aluno perde, em média, 400 calorias e trabalha todo o corpo.
“Você levanta braços e pernas, agacha, pula e gasta calorias. Não tem como não emagrecer e fortalecer músculos. Mas o mais interessante da dança, além da perda de peso, é o aumento da resistência física”, explica o professor da Runner.
Mais coreografado e encenando, o maracatu, originário da África, é uma mistura de teatro e dança e combina tradição e gingado.
Jorge Marino explica que a diferença básica entre frevo e maracatu está na coreografia, existente apenas na dança africana, e na intensidade dos movimentos: “No maracatu o que manda é a encenação e não a intensidade da dança, por isso, o gasto calórico é um pouco menor que o obtido com o frevo e os resultados são mais lentos. Você trabalha mais os membros inferiores e gasta, em média, 300 calorias por uma hora de aula”, finaliza o mestre.