Alimentação saudável: O exemplo vem dos pais

Uma das principais queixas ouvidas nos consultórios pediátricos diz respeito à alimentação dos filhos. Quando uma mãe reclama para o pediatra que o seu filho come pouco, na verdade, ela que dizer que seu filho consome pouca comida "nobre" e que, provavelmente, a maior parte da sua alimentação seja baseada em guloseimas. Esse erro alimentar é ocasionado, segundo os especialistas, pela ingestão inadequada de alimentos, tanto no que se refere à quantidade e qualidade, como em relação à disciplina de horários. A sua prevenção é importante, uma vez que uma criança que permaneça com falhas na alimentação poderá apresentar comprometimento no seu crescimento e desenvolvimento.

Segundo o pediatra Aristides Schier Cruz, os estudos comprovam que erros alimentares na infância podem provocar distúrbios, como bulimia ou anorexia, na adolescência. As crianças apresentam falhas alimentares por várias causas, sendo que a mais comum é a recusa alimentar. Segundo o pediatra, elas podem se recusar a comer por diversos motivos, entre eles, a aversão à comida, devido a alguma experiência anterior desagradável ou por alguns sentimentos como depressão ou conflitos emocionais. "No entanto, é importante, também, levar em conta a possibilidade de causas orgânicas", adverte o médico.

Orientação aos pais

Um estudo realizado no Serviço de Pediatria do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba concluiu que, realmente, a prevalência de erros alimentares em crianças na população em geral é muito alta. Na pesquisa foi constatado que cerca de 90% das crianças não se alimentam saudavelmente. Vários estudos apontam para a importante influência dos pais nas possibilidades de ocorrer erro alimentar na criança. O empenho, a técnica correta para alimentar e os hábitos alimentares sadios dos pais parecem ser decisivos para que a criança adquira hábitos alimentares equilibrados.

A nutricionista Simone Lopes diz que um dos erros mais comuns que as mães cometem é oferecer aos filhos grande quantidade de alimentos ricos em proteína, como iogurtes e carnes. "Eles são importantes, mas não devem ser a base da alimentação da criança", completa. De acordo com Aristides Cruz, os erros alimentares podem se originar de causa orgânica, nutricional, comportamental, psicológica ou ambiental. Alguns estudos concluíram que grande parte das crianças come mal por problemas comportamentais. "Isso vale até mesmo para os casos de distúrbios alimentares mais complexos", completa o médico.

Como prevenir erros alimentares

  • Alimentar o bebê exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade, no mínimo.
  • Não forçar seu filho a mamar a mais ou a menos do que ele deseja e nem estabelecer horários rígidos para suas mamadas.
  • Iniciar, a partir dos seis meses, o consumo da papinha salgada, substituindo uma ou duas mamadas no dia.
  • Prepare refeições atraentes, diversificando os alimentos.
  • Lembre-se que comer bem não é sinônimo de comer muito.
  • Respeite as preferências alimentares do seu filho.
  • Nunca prometa recompensas ou castigos para que a criança coma de tudo.
  • Estabeleça horários pré-determinados para as refeições.
  • Espere que a criança coma parte da comida antes de lhe oferecer algum líquido.
  • Refrigerantes só com bastante moderação.
  • Não proibir a criança de comer guloseimas, desde que não se torne rotina.

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