Não adianta ser rico em atrativos naturais e culturais para um país ser competitivo como destino turístico. Esta é uma das conclusões da pesquisa divulgada pela OMT (Organização Mundial do Turismo), durante o 3.º Salão do Turismo Roteiros do Brasil, ocorrido na última semana, em São Paulo.
O Brasil aparece na 49.ª posição na pesquisa que mede o grau de competitividade entre 200 países no setor de turismo e viagens.
Segundo o sociólogo John Kester, chefe de Tendências de Mercado, Competitividade e Negócios da OMT, entre os pontos negativos do Brasil apontados pelo relatório estão falta de infra-estrutura adequada, transporte aéreo pouco dinâmico e burocracia.
?Para ser competitivo, é preciso ter ambiente de negócios mais seguro e estável?, enfatiza.
Um dos fatores que melhorariam as condições não só o Brasil mas de toda a América do Sul, segundo Kester, é o fortalecimento do turismo regional, assim como fez o Oriente Médio.
Kester considera que o turismo mundial tem sido muito promissor nos últimos três anos e que, no ano passado, o setor foi impulsionado por destinos emergentes da Ásia, região do Pacífico, África e Américas do Sul e Central.
Ele pondera que, nem mesmo a Suíça, primeiro lugar no ranking, ganhou nota 10 em todos os quesitos. O país tem como ponto fraco, por exemplo, o alto preço da acomodação, causada pela mão-de-obra cara.
John Kester comentou que o relatório de competitividade mostrou que o turismo é um importante indicador da economia dos países, o que justifica o fato de os primeiros 20 lugares serem ocupados por países desenvolvidos.
A Suíça encabeça a lista, seguida da Áustria, Alemanha, Austrália, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Suécia, Canadá, França, Islândia, Finlândia, Dinamarca, Hong Kong, Portugal, Singapura, Noruega, Holanda, Nova Zelândia e Luxemburgo.
Por outro lado, não tem necessariamente ligação com o número de turistas que cada país recebe, já que a França, que é o maior receptor de turistas do mundo, está em décimo lugar na pesquisa.
A OMT é uma agência pertencente à ONU (Organização das Nações Unidas) e tem sede em Madri, Espanha.
A jornalista viajou a convite do Ministério do Turismo (Salão do Turismo Roteiros do Brasil) e da Gol.