Descubra a Baviera, região que esbanja atrativos

Ao contrário do que se possa imaginar, o fato de o atual papa ser alemão não está sendo uma ferramenta de marketing efetiva para alavancar os números do turismo da Baviera, estado do sul da Alemanha, onde está Marktl am Inn, cidade natal de Joseph Ratzinger.

Pelo menos, não para atrair brasileiros, embora esteja aqui a maior população católica do mundo. Uma pena, pois o Estado Livre da Baviera, o maior e mais antigo do país, guarda uma das mais ricas e diversas paisagens da Alemanha e, ao longo dos anos, tem aproveitado bem o potencial, investindo em estrutura e modernização de equipamentos turísticos para a recepção de visitantes.

O estado, que tem Munique como capital, vem assistindo a um aumento gradativo de turistas por um motivo bem diferente do religioso: a grande exposição durante a Copa do Mundo, realizada naquele país no ano passado. É em Munique que está o Allianz Arena, um dos estádios de futebol mais modernos do mundo e que sediaram alguns jogos no último campeonato mundial, inclusive da seleção brasileira de futebol.

A maior festa da cerveja no mundo reúne em Munique seis milhões de pessoas.

De acordo com o Escritório de Turismo do Departamento de Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Munique, a capital recebeu, no ano passado, cerca de 4,37 milhões de visitantes, um aumento de 60% em relação a 2005. Deste total, 24.128 brasileiros, um número considerado espetacular até então.

Mas não é somente o futebol que engorda as estatísticas do turismo na Baviera. A cerveja, um grande apelo turístico da Alemanha em geral, tem neste Estado o seu verdadeiro reinado. Isso porque é na capital Munique que, anualmente, acontece a Oktoberfest, a maior festa da cerveja do mundo.

O alegre povo bávaro divulga sua música e dança típicas em shows para lá de animados.

Atribui-se, em grande parte, à Oktoberfest o fato de Munique e redondezas terem uma ótima estrutura para recepção de turistas. ?Por causa da Oktoberfest, Munique e cidades vizinhas estão acostumadas a receber milhões de visitantes em um período curto, por isso, têm uma ótima estrutura de hospedagem e serviços?, comenta o curitibano Mário dal Prá, guia de turismo que trabalha na capital bávara há dez anos.

Acontecimentos relevantes da história, não só da Alemanha, mas mundial, também chamam a atenção dos turistas em um passeio pela capital bávara. Um exemplo é o fato de ter sido a sede do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores (NSDAP ou Partido Nazista), o ?quartel general? de Adolph Hitler, a partir de 1921. A área onde se concentrava a cúpula nazista faz parte do roteiro turístico de Munique.

Os castelos, o grande personagem e as paisagens de sonhos

O futurístico Estádio Allianz Arena, construído para a Copa de 2006, virou atrativo.

A Baviera tem 44 castelos, dentre eles o mundialmente famoso Neuschwanstein, na cidade de Schwangau, que concorre a uma das sete maravilhas do mundo moderno. Uma curiosidade desta rica região, é que, atrás de alguns dos principais castelos bávaros está um nome: o de Ludwig II, o mais expressivo e lembrado rei da Baviera, embora de pouca influência política. Impossível visitar a região e não se surpreender com a genialidade (ou talvez, loucura) deste soberano, que vivia em um mundo paralelo, de sonhos e de idéias tão à frente do seu tempo. Amante da arte e contrário à guerra, morreu em 1886 de forma misteriosa, tornando-se para sempre o principal personagem da região, não só do passado, como também dos dias atuais.

O Neuschwanstein, que inspirou o Castelo da Cinderela, é mundialmente conhecido.

Entre castelos, parques e praças, a Baviera ostenta belíssimas paisagens, de campos, montanhas, lagos, que atraem turistas, não só para contemplação, mas também para a prática de esportes junto à natureza, como montanhismo, ciclismo, golfe, esportes aquáticos e esqui. É na Baviera que está a montanha mais alta da Alemanha, a Zugspitze, com 2.964 metros, na fronteira com a Áustria, no distrito de Garmisch-Partenkirchen, estação de esqui mundialmente famosa.

Na primavera e verão, a diversão tem lugar à beira dos lagos e parques. As temperaturas mais altas nesta parte da Alemanha, aliás, fazem do povo bávaro um pouco mais aberto e até brincalhão, em comparação aos alemães do norte. Além disso, a subida dos termômetros favorece também o nudismo muito praticado principalmente em algumas praças de Munique. Nesta época, em que os termômetros marcam entre 10 e 20 graus (fim de primavera na Europa), já se pode ver pessoas totalmente nuas, deitadas nas gramas, às margens dos lagos. O Englischer Garten, na capital bávara, é um dos parques que destinam uma área para quem quer tomar sol como veio ao mundo, na maior naturalidade, sem constrangimentos, pelo menos para eles. (D.A.S.)

A jornalista viajou a convite do Centro de Turismo Alemão (DZT) e da Lufthansa.

Esta matéria abre uma série sobre o Estado Livre da Baviera. Na próxima edição, o tema é Munique, a capital bávara, da efervescência cultural à descontraída vida ao ar livre.

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