Curso ensina como ser tripulante em um cruzeiro

A presença cada vez maior de transatlântico na costa brasileira – este ano, serão 14 – e o fato de os cruzeiros marítimos terem caído no gosto dos turistas daqui têm feito crescer postos de trabalho em uma das mais novas atividades no Brasil: ser tripulante em um navio de cruzeiro.

À primeira vista, a idéia encanta, afinal, quem não quer, enquanto trabalha, conhecer lugares paradisíacos e muita gente interessante, poder treinar um segundo ou terceiro idioma e conviver com pessoas que estão de “bem com vida”?

Para Antonella Rovedo, de Curitiba, especialista em cruzeiros marítimos há mais de vinte anos, a experiência é mesmo enriquecedora e muitas pessoas acabam trabalhando em temporadas seguidas.

Porém, ela ressalta que nem tudo é um “mar de rosas” quando o assunto é trabalho em um navio, por isso, é preciso estar consciente antes de se candidatar a uma vaga.

Os desafios são muitos, como conviver com pessoas das mais diversas nacionalidades e culturas, conservar o bom-humor 24 horas por dia, ser prestativo, trabalhar muitas horas diárias.

Entre os requisitos básicos para se trabalhar em um cruzeiro estão ter idade mínima de 21 anos, conseguir se comunicar bem em inglês (saber outros idiomas também é interessante), gostar de trabalhar em equipe e seguir regras. Ao contrário do que se pensa, não é preciso ser jovem para trabalhar em um navio.

“Se a pessoa tiver 50 anos, vasta experiência em hotelaria e conhecimento de nível intermediário (no mínimo) em inglês, por exemplo, ela tem grande chance de ser aprovada”, comenta Antonella.

Ser fluente em outro idioma também não é fator decisivo para contratar alguém, mas é importante saber se comunicar bem em inglês, pelo menos. “A ausência total de conhecimento no idioma e não saber trabalhar sob pressão, item que é avaliado em testes psicológicos durante a seleção, estão entre os motivos que reprovam candidatos”, informa Antonella.

Funções e salários

O salário de um bom garçom pode chegar a US$ 4 mil mensais.

Basicamente, as equipes de trabalho em um navio são divididas em três categorias: oficiais (comandante, sub-comandante, engenheiro, etc); staff (como é o caso dos recepcionistas) e crew (camareiro, cozinheiro, auxiliar de cozinha, garçom, mâitre, entre outros).

No caso do Brasil, o recrutamento de profissionais é para preencher as vagas das duas últimas categorias. São três os tipos de salário: fixo, comissão e gorjeta. Segundo Antonella Rovedo, o salário fixo inicial de um recepcionista, por exemplo, de quem é exigido que se tenha inglês fluente, ser comunicativo, conhecimento em informática e experiência em hotelaria, varia entre US$ 2 mil a US$ 2,5 mil/mês.

“Um camareiro, por exemplo, pode chegar a ganhar até US$ 3 mil por causa das gorjetas”, informa Antonella. “Já o salário de um garçom excelente em um bom navio de cruzeiro pode chegar a US$ 4 mil mensais”, complementa. Em média, trabalha-se 14 horas por dia, dependendo da função, e quem trabalha mais ganha mais.

A temporada de cruzeiros 2008/2009 teve início no mês passado e vai até abril. Ao todo, serão 14 navios que farão 235 cruzeiros de cabotagem na costa brasileira no período.

A expectativa da Abremar (Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas) é a de que o setor empregue 2.464 brasileiros para trabalhar durante toda esta temporada. Ano passado, foram 1.462 postos de trabalho gerados para brasileiros.

A contratação de pessoal para trabalhar em navios acontece durante todo o ano e não só no período que antecede a temporada brasileira de cruzeiros. As companhias necessit,am de mão-de-obra o ano todo, por isso, as seleções e contratações estão sempre ocorrendo.

Desistência pode custar caro

Divulgação
O MSC Musica estará no Brasil até março e volta para o País já em outubro do ano que vem.

É preciso estar consciente sobre os prós e os contras antes de se candidatar a uma vaga de trabalho em um navio de cruzeiro. Isso porque até ser aprovado, o candidato a tripulante tem uma série de trâmites a serem cumpridos que demandam tempo e dinheiro e a desistência em qualquer etapa é ruim, tanto para o candidato a tripulante quanto para a companhia que o recruta.

“Até entrar no navio para efetivamente começar a trabalhar, os gastos dos candidatos são diversos e podem chegar, por baixo, a R$ 2,5 mil, fora passagens aéreas”, ressalta Antonella Rovedo, especialista em cruzeiros marítimos e que lançou recentemente um curso em CD para multimídia, dirigido a interessados em ser tripulante.

Entre as despesas está a viagem até Santos ou Rio de Janeiro para entrevistas e testes junto a empresas de Recursos Humanos que prestam serviço para as companhias de cruzeiros.

Se for aprovado, outra viagem se faz necessário para participar da entrevista direta com a companhia. Se continuar no páreo, o candidato terá despesas com exames médicos, visto e o curso de três dias sobre segurança marítima, que custa cerca de R$ 600. (DS)

Curso ensina a ser tripulante

Fotos: Antonella Rovedo/Arquivo pessoal
Antonella Rovedo, que ministra o curso Cruzeiros Marítimos.

A carência de material didático no Brasil direcionado para pessoas que trabalham ou têm interesse em trabalhar com cruzeiros marítimos incentivou a especialista Antonella Rovedo a reunir em CD um conteúdo específico sobre o assunto.

O curso foi lançado pela CBT Brasil Multimídia, empresa formada por profissionais nas áreas de ensino, educação e comunicação, que produz materiais didáticos multimídia para o setor educacional.

O material quer atingir agentes de viagens com interesse em comercializar viagens de navios, para estudantes de turismo e hotelaria, para pesquisadores, professores, interessados no meio náutico e também para pessoas que pretendem trabalhar como tripulantes.

“Fizemos o curso em CD porque a pessoa pode estudar sozinha e há mais facilidade de atualizar as informações gratuitamente por e-mail, o que é necessário, tendo em vista que há mudanças constantes neste setor”, explica Antonella.

Com o número de licença que consta no CD, o aluno tem acesso à autora para tirar dúvidas e obter as atualizações das informações sem pagar mais nada por isso.

Conteúdo

Curso multimídia permite atualizações de informações do setor.

No conteúdo programático do CD estão “O cruzeiro marítimo” (introdução, conceito e história); “Turismo marítimo” (cruzeiro marítimo nos dias de hoje, vantagens para o passageiro, perfil do passageiro); “O mercado de trabalho” (as companhias e seu perfil, as concessionárias e agências e as agências de turismo); “O navio” (tipos, suas partes, departamentos, funções a bordo); “Empregabilidade” (vantagens e desvantagens de trabalhar no navio, remuneração e benefícios, como se candidatar, dicas antes de embarcar, comportamento e regras a bordo, como manter o emprego, como sair, como reembarcar) e “Anexos” (inglês marítimo, curiosidades, perguntas mais freqüentes, segurança a bordo, emergências, sobrevivência no m,ar, sites importantes, bibliografia e um slide show).

O material é certificado como extensão universitária e curso livre de capacitação. A autora, Antonella Rovedo, tem 20 anos de experiência em cruzeiros marítimos. Deu início às suas atividades no fim dos anos 80s em Trieste, na Itália, um dos destinos precursores das viagens de navio com o conceito de “resort flutuante”.

Hoje, faz palestras e ministra cursos sobre o assunto pelo Brasil. O próximo em Curitiba será em março do ano que vem. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo e-mail info@arcruise.com ou telefone (41) 3077-6750.

Serviço: O CD com o curso Cruzeiros Marítimos, de Antonella Rovedo e edição da CBT Brasil Multimídia, está sendo vendido nas Livrarias Curitiba e por meio dos sites www.cbtbrasil.com e www.arcruise.com. Custa R$ 107. Mais informações: (41) 3077-6750.