Cidades históricas são refúgio da folia ‘de antigamente’

As cidades históricas atraem turistas para o carnaval na mesma medida em que os desfiles de São Paulo e Rio ganham luxo e os blocos do Nordeste se sofisticam. Quem procura Santana de Parnaíba e São Luís do Paraitinga, em São Paulo, e Ouro Preto, São João Del Rey e Mariana, em Minas, busca simplicidade. Ali os desfiles têm um clima de antigamente, com marchinhas, bonecões de papel machê, fantasias feitas de chita ou de um singelo lençol. Seus blocos e escolas atravessam séculos sem se render a musas de fio-dental e seios siliconados de fora.

“É carnaval de rua mesmo, carnaval de pé no chão. Não é como os carnavais altamente comercializados do Rio e Nordeste. O que conta é a espontaneidade”, diz o advogado carioca José Freire, que há 15 anos passa os dias de folia em São Luís do Paraitinga, a 170 quilômetros de São Paulo. Já os tradicionais “cabeções”, bonecos que chegam a 3 metros de altura e são feitos de papel machê, voltam às ruas de Santana de Parnaíba. Eles abrirão o carnaval na sexta-feira (20), a partir das 22 horas.

No Rio, em Paraty, a festa já começou. No mar. Nesta segunda-feira (9), cerca de cem embarcações partiram do cais ao meio-dia, com música e decoração carnavalesca. Mais de 2 mil pessoas compareceram. E em Minas, Ouro Preto, São João Del Rey e Mariana se uniram para fazer o carnaval das cidades históricas. São esperadas mais de 50 mil pessoas por dia.