Brasil está no Caminho de Abraão

O Oriente Médio acaba de lançar no Brasil o Caminho de Abraão, um projeto criado por um grupo de professores e alunos da Escola de Direito da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Inspirado no famoso Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, o projeto tem por objetivo a divulgação de um caminho de paz entre os povos. ?Não é um projeto religioso nem político, mas sim de criação de um pólo de turismo. Precisamos de uma visão nova para o Oriente Médio. A região tem dois caminhos: o terrorismo ou o turismo?, explicou o professor Wil-liam Ury, diretor do Global Negotiation Project da Universidade Harvard, que participou do encontro de lançamento em São Paulo, no fim do mês passado.

Na prática, o trabalho consiste na reconstrução de um caminho de 1.100 quilômetros entre as cidades de Urfa, na Turquia, e Hebron-Al Kalil, na Jordânia, trajeto percorrido há mais de dois mil anos pelo profeta Abraão. Toda a região abrangida pelo caminho é riquíssima em locais e referências históricas e religiosas, além de abrigar paisagens de rara beleza. O Caminho de Abraão permitirá o florescimento de hospedarias, lojas e restaurantes, oferecendo novas oportunidades de trabalho às comunidades locais.

Os idealizadores do projeto entendem que a recuperação do caminho, a manutenção de sua infra-estrutura e as atividades turísticas decorrentes deste resgate, uma vez encabeçadas por comunidades locais de forma sustentável, têm o potencial de gerar renda e promover o desenvolvimento socioeconômico para a região, trazendo perspectivas, estabilidade, paz e dignidade para as populações locais.

Apoio do Brasil

Já foram arrecadados US$ 1 milhão entre empresários brasileiros para a realização de atividades de divulgação do projeto no Brasil. O responsável por estas atividades no País é o advogado Fernando Latorre que, apoiado por um conselho diretor formado pelos empresários Salim Schahin, David Feffer, Suheil Yamout e Alexandre Chade, entre outros, atua como coordenador executivo do projeto.

Além do Brasil, o Caminho de Abraão já conta com grupos de apoio na Turquia, na Palestina e na Jordânia. Em futuro próximo serão formados outros grupos na França, Holanda, Reino Unido, Itália, Síria e Paquistão.

De acordo com Fernando Latorre, o Brasil tem um papel fundamental nesta iniciativa global. Além da neutralidade diplomática na região, o País pode contribuir também como exemplo de convivência e interação entre as comunidades da diáspora árabe-judaica. O custo total do projeto Caminho de Abraão é calculado em US$ 50 milhões. O projeto já recebeu recursos da própria Universidade de Harvard, do Fundo Rockefeller e de príncipes sauditas.

Para o professor Willian Ury, o projeto tem um precedente histórico, pois ?ninguém imaginaria, em 1940, que sessenta anos depois teríamos a União Européia, pacífica e próspera, após mais de mil anos de conflitos armados?.

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