Vídeos digitais aquecem o mercado

Fenômeno mundial presenciado no decorrer dos últimos dois anos, o vídeo digital mostra números de sua força no mercado. O You Tube, um dos principais sites de compartilhamento de vídeo on-line, acaba de ser vendido para o Google por US$ 1,65 bilhão. O site, cuja visitação atinge cerca de 150 milhões de acessos por dia, fez a fama de bandas independentes, atores desconhecidos e criativos em geral, que utilizaram o espaço para divulgação gratuita de seus trabalhos e portfólios por todo o mundo.  

Na onda do You Tube, sites como My Space e o brasileiro Videolog também se destacaram no mercado e hoje registram altos números de acesso. Já em grandes portais, como Terra, UOL, IG e Globo.com, a demanda pelos vídeos on-line foi percebida e hoje passaram a disponibilizar cada vez mais conteúdo multimídia para seus usuários, tanto jornalísticos quanto de entretenimento.

Placa de vídeo externa: ferramenta indispensável para a produção de vídeos digitais.

Com o espaço aberto, agora é a vez dos profissionais de vídeo, que se valeram da popularização do vídeo digital para se especializarem na tecnologia e abocanhar oportunidades em grandes produtoras pelo país. Há ainda os que aproveitaram o conseqüente barateamento das soluções e montaram verdadeiras ilhas de edição de vídeo no próprio micro de casa e hoje ganham dinheiro com isso, seja com a produção de clipes para bandas, seja com a edição de vídeos para treinamento corporativo ou mesmo filmagens de casamento. O mercado para o pequeno produtor parece ir de acordo com a criatividade do profissional.

André Castilho é exemplo desse cenário. Ex-criador de rã em Bragança Paulista, o empresário comprou uma placa de vídeo para transformar suas antigas fitas VHS em DVD. Os amigos gostaram do resultado e, a fim de se livrarem das antigas fitas, encomendaram o serviço ao amigo. Passados seis meses, Castilho deixou o ranário e montou a Anvídeo Produções e Comércio de Vídeos, empresa especializada em digitalização, videoclipe e portfólio audiovisual para atletas.

Jaime Paez, diretor para a América Latina da Pinnacle, uma das principais fabricantes de hardware e software para edição de vídeo, confirma a tendência do mercado de vídeo com o aquecimento nas vendas. ?Em número de unidades, nossas vendas no Brasil têm dobrado a cada ano, assim como a procura por interessados em conhecer mais a fundo a tecnologia?, afirma Paez.

O profissional que deseja ingressar no mercado de vídeo digital e trabalhar por conta própria precisa investir numa máquina potente e capaz de armazenar tanto os vídeos que estão sendo editados, quanto os próprios programas de edição. De acordo com Emerson Jordão, gerente-técnico da Pinnacle, o ideal seria começar o trabalho a partir de um Pentiun 4 de 2.4 GHz, com 512 de memória RAM, dois HDs e USB 2.0 Full Speed, além de uma boa placa de vídeo VGA de 128 MB e software de edição. O valor a ser investido fica em torno de R$ 5 mil. Já as filmadoras digitais podem ser adquiridas por preços a partir de R$ 1.700,00, de marcas como Sony e JVC.

Febre multiplica procura por cursos especializados

Foto: Divulgação

Álvaro: porta aberta.

O YouTube também está provocando um aumento da procura por cursos de vídeo na web. Especializada em transferência de tecnologia, a ENG DTP & Multimídia registrou  aumento de 200% no número total de inscrições para seus cursos nos últimos três meses, motivado pela febre dos serviços de publicação de vídeo pessoal na web. E não são apenas videomakers amadores que estão nesta onda.

Segundo a ENG, a procura por parte dos desenvolvedores web e empresas também aumentou, uma vez que este tipo de serviço abriu a oportunidade de divulgação institucional a partir da utilização de vídeo na web em portais como o YouTube, Google Vídeo e outros. No caso dos profissionais, o número de inscrições aumentou 100% no período. Já a procura por empresas cresceu 300%.

Na avaliação de Álvaro José Venegas, diretor da ENG, muitas febres na web podem ser benéficas. Um serviço que começou como um hobby para muita gente, agora está abrindo oportunidades de negócios. ?É o caso da Warner Bros. Records, divisão da Time Warner, que assinou um contrato com o YouTube para ter uma página publicitária no site a fim de promover o novo álbum da Paris Hilton. Isto demonstra que a possibilidade de utilização de vídeo na web é uma porta aberta para os profissionais da web?.

Álvaro destaca também que a qualidade do vídeo a ser publicado é outro fator que pesa bastante na hora de procurar um treinamento especializado. ?Não se pode publicar um vídeo de baixa qualidade na web. Seja do ponto de vista editorial e artístico, seja pelas condições técnicas em que ele é produzido. Muitos cuidados devem ser tomados. No caso da utilização da ferramenta Adobe Flash, uma das mais usadas para esta finalidade, é necessário conhecer todas as técnicas e capacidades da ferramenta para se ter o melhor resultado. É por isso que existe uma grande procura pelos nossos cursos?, acrescenta o executivo.

Em Curitiba, a ENG está sediada na Rua Visconde do Rio Branco, 1358 – 8.º andar, telefone (41) 3024-4909. Outra opção para os iniciantes que desejam aprender sobre as ferramentas e técnicas de edição ou profissionais interessados em aperfeiçoar o conhecimento são os cursos técnicos em instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

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