Temperos podem funcionar como pesticidas

Ervas e temperos comuns são opções promissoras para uma alternativa mais ecológica aos pesticidas tradicionais, de acordo com um grupo de cientistas da Universidade Columbia, de Vancouver, Canadá. Murray Isman e sua equipe de pesquisadores passaram uma década analisando as propriedades pesticidas do alecrim, tomilho, hortelã e do cravo.

Os cientistas descobriram que os óleos essenciais destas plantas têm um grande poder contra a ação de insetos e pragas, e acreditam que elas podem se tornar uma poderosa arma contra pesticidas tradicionais na agricultura – que prejudicam o solo, a saúde humana e até mesmo as plantas que deveriam proteger.

Isman afirma que já existem produtos semelhantes no mercado, que já são usados com sucesso por fazendeiros que produzem morangos, espinafre e tomate, alguns dos alimentos que mais absorvem os pesticidas tradicionais. “Ainda existem poucos produtos do tipo no mercado de inseticidas, mas eles estão crescendo e chamando a atenção”, afirma o pesquisador.

Diferente dos pesticidas convencionais, estas plantas não precisam da aprovação de órgãos governamentais, são mais baratas e estão facilmente disponíveis a qualquer agricultor. Isman também chama a atenção ao fato de que os insetos não criam resistência a estes pesticidas, como acontece com os tradicionais. Além disso, as ervas não são prejudiciais aos trabalhadores que aplicam o produto.

Infelizmente, o produto não é feito somente de vantagens: os óleos essenciais tendem a evaporar rapidamente sob o sol, então sua aplicação tem que ser mais constante que os pesticidas normais, que chegam a durar alguns meses. O pesticida natural também tem que ser aplicado em maiores concentrações, por ser menos potente que os seus concorrentes.

Para contornar estes problemas, os pesquisadores tentam descobrir meios para fazer com que o novo pesticida fique mais potente e mais duradouro. Por enquanto, Isman afirma que pesticidas convencionais ainda são o meio mais efetivo de controlar pestes como lagartas, gafanhotos e besouros em grandes plantações, mas faz um lembrete: “Tudo se resume a o que é melhor para o meio ambiente e para a saúde humana”.