São Paulo (AE) – Até junho de 2006, São Paulo terá um novo museu. Mas diferente. Ali será possível interagir com fenômenos químicos e físicos, viajar virtualmente pelo corpo humano ou conhecer na prática teorias matemáticas. Apelidado de Museu da Criança, o projeto do prefeito José Serra (PSDB) pretende criar um espaço interativo, onde crianças, adolescentes e adultos possam aprender mais sobre biologia, saúde, nutrição, economia, cidadania e política.
?Ele poderá ficar transitoriamente no Palácio das Indústrias e, num segundo momento, ir para um prédio próprio que será construído no terreno ao lado da Subprefeitura da Sé, na Avenida do Estado?, diz o secretário municipal de Serviços, Andrea Matarazzo. A localização faz parte do plano de revitalização do centro, processo semelhante ao da Cidade do México, onde há um dos mais respeitados museus desse tipo, o Papalote Museo Del Niño.
De acordo com Sérgio Silva de Freitas, presidente designado da Fundação Catavento, independentemente do local, já na primeira fase prevê-se ocupar de 6 mil a 7 mil metros quadrados, com cerca de 250 instalações, muitas vindas do México. ?Gostaria de produzir tudo aqui no Brasil, mas não há tempo hábil para isso. Quero deixar tudo pronto em seis meses?, diz Freitas.
Em junho, ele acompanhou Serra ao México para conhecer a estrutura e gestão do Papalote, um dos 400 centros lúdicos de difusão da ciência do mundo. Com orçamento de R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões, a fundação terá apoio da Prefeitura e de entidades privadas.
?A idéia do museu parece excelente como ferramenta educacional extra. Só é preciso organizar de forma a manter sua sustentabilidade?, diz Gyorgy Böhn, professor da Faculdade de Medicina da USP e responsável pelo software do corpo humano, que será exposto.
Ainda não se sabe se será cobrado ingresso. O objetivo é viver de patrocínios. ?Acredito que isso não será muito difícil?, diz Freitas. Experiência semelhante existe desde 1987 em São Paulo: a Estação Ciência, na Lapa, na zona oeste de São Paulo.