RMC cresceu 25% em uma década

A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) cresceu pelo menos 25% entre 1990 e 2000, aumento parecido ao verificado em Calgary, no Canadá e em Atlanta, nos Estados Unidos. Os dados foram apresentados na semana passada, durante encontro da União Geofísica Americana, em São Francisco.

O estudo é de um grupo de cientistas de diversas universidades norte-americanas, que utilizou dados obtidos por um satélite Landsat, da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, para analisar o crescimento urbano em 30 cidades consideradas de tamanho médio em todo o mundo. É a primeira vez em que dados reais são usados para confirmar teorias feitas por urbanistas durante o último século.

De acordo com os pesquisadores, a análise a partir de dados de satélites permite comparar diferentes regiões e determinar tendências espaciais do desenvolvimento das cidades. O estudo utilizou dados de dois outros satélites, combinados com dados populacionais existentes. Os mapas produzidos pelos pesquisadores têm importância ainda maior pois até agora os urbanistas vinham se baseando em dados ultrapassados, obtidos na década de 60.

“Cidades como Johannesburgo (África do Sul) e Shangai (China) têm crescido extensivamente e precisávamos de mapas que mostrassem isso”, disse a líder do estudo Annemarie Schneider, da Universidade de Boston. “Esses mapas não apenas serão úteis para quem estuda hidrologia, energia ou interações climáticas, mas para cientistas sociais que estudam os impactos do crescimento demográfico no meio-ambiente e a atividade econômica em escala global”.

Os cientistas observaram três principais padrões de crescimento nas cidades analisadas. O primeiro é a formação de aglomerados fora das cidades, comum em países como Estados Unidos, China e Índia. O segundo padrão encontrado é do crescimento ao redor de estradas que levam às cidades. De acordo com os pesquisadores, trata-se de uma tendência que implica em grandes desafios para os governos, que têm de prover água, esgoto, transportes, escolas e serviços de saúde para moradores de áreas dispersas. O terceiro tipo verificado foi o do desenvolvimento caótico, sem uma estrutura fácil de identificar como a das anteriores. (Agência Fapesp)

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