Poder inventivo da humanidade

ibm070506.jpgFoi lançado pela IBM Almaden Research Center (USA) o Infoscope. O que esta máquina fotográfica faz é captar uma imagem de caracteres (escrita) estrangeiros (e.g., japonês, chinês, árabe) e enviá-los, através de uma conexão sem fio, para um computador a longa distância que, no reduzido tempo de 15 segundos, providencia a tradução. Melhora e bastante a vida de quem tem que circular no centro de Tóquio, Pequim ou Meca. Uma variação do equipamento, desenvolvida por Ismail Haritaoglu, é um telefone celular equipado com GPS (sensor e guia à distância) para orientar turistas. Não há informação adicional da evolução dos protótipos.

Movido a baterias recarregáveis, o Robot Vacuum Roomba da companhia iRobot pode se encarregar da limpeza de toda casa, inclusive os incômodos espaços debaixo das camas. Os sensores impedem que o aspirador de pó se choque com paredes, arranhe pés das mobílias ou caia nas escadas. Uma vez finalizado o serviço de uma sala, ele emite um sonoro ?bip? e se autodesliga. Foi idealizado por pesquisadores do famoso M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology), inicialmente comercializado por US$ 199.

Depois do ataque ao World Trade Center (New York, setembro de 2001), um interesse inusitado foi despertado na direção de novos conceitos de saídas de emergência. O Safety Chute da empresa Eli Nir (USA) é um deles. Esta calha tubular se assemelha a um escorregador de parques aquáticos. O equipamento, construído com Kevlar (a mesma fibra arqui-resistente dos coletes à prova de bala), é sustentado na parede externa do edifício. No caso de uma emergência, se desenrola na direção do solo. Em 19 segundos, um residente pode se deslocar do topo de um edifício de 11 andares até o solo em completa segurança. Preço sugerido: US$ 20.000. A sigla Ames significa Sistema Modular Avançado de Evacuação.

Para os interessados em energia barata e ?verde?, vale a pena acompanhar o projeto australiano Solar Tower, idealizado por Jorg Schlaich. Trata-se de uma gigantesca estufa de vários hectares em cujo centro se edifica uma enorme torre (1 km de altura) para a convecção (corrente ascendente) do ar aprisionado e aquecido na estufa. Esta gigantesca chaminé faz girar turbinas capazes de satisfazer a necessidade energética de 200.000 residências médias do tipo australiano. O projeto da torre solar, em 2005, já estava na fase de viabilização comercial a um custo de 800 milhões de dólares australianos. Energia completamente limpa.

O aerogel foi inventado em 1930 por Samuel S. Kistler, mas sua sofisticação por parte da Nasa (órgão norte-americano de pesquisas espaciais) é recente. Trata-se da substância mais leve de todo o mundo. Assemelha-se a uma massa de fumaça que tivesse sido congelada no ar. Tem aspecto de nuvem, é translúcido e virtualmente sem peso. Quimicamente, guarda alguma similaridade com o vidro, mas é extremamente poroso e feito à base de quatro reagentes que a Nasa não divulga. A aplicação deste material azulado nas naves espaciais é aprisionar micropartículas finas que viajam a alta velocidade (e.g., oriundas do espaço interestelar ou de cometas) e então transportá-las para a Terra para análises. Por conta de suas propriedades físicas e químicas muito particulares, o aerogel também pode ser utilizado em isoladores térmicos e acústicos, componentes óticos, suportes catalíticos e filtros. As quatro propriedades que um aerogel combina simultaneamente são altíssima área superficial, alta resistividade acústica e térmica, baixa constante dielétrica e baixo índice de refração. Pesquisadores da Universidade de Missouri-Rolla conseguiram elaborar um aerogel de alta resistência combinando sílica microparticulada com poliisocianato.

José Domingos Fontana (jfontana@ufpr.br) é professor emérito da UFPR junto ao Departamento de Farmácia, pesquisador do CNPq e prêmio paranaense em C&T.

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