O Brasil atingiu 5,8 pontos na terceira edição do Índice Brasil para Convergência Digital 2006 elaborado pelo Instituto Brasil para Convergência Digital (IBCD) e lançado nesta quinta-feira (14) no Congresso e Exposição de Tecnologia de Informação das Instituições Financeiras da América Latina (Ciab). O resultado representa um crescimento de 13,05% em relação a 2005, quando o País atingiu 5 13. De acordo com o presidente do IBCD, Antonio Carlos Rêgo Gil, a pesquisa mostra que o País ainda está longe de atingir um patamar razoável de inclusão digital, embora exista uma plataforma tecnológica bem desenvolvida e vias de acesso à comunicação interativa.
As dimensões em que o Brasil mais evoluiu na pesquisa foram inclusão digital, hardware e comércio de produtos e serviços por meio digital. Os três itens obtiveram um avanço acima de 20% em relação a 2005. No entanto, em educação em TI a elevação foi de apenas 3,57%. A meta do IBCD para 2010 é chegar a 7,64 pontos, atual estágio de países como Espanha, França e Coréia do Sul. "Peço ao ministro Sérgio Rezende (de Ciência e Tecnologia) que transmita ao presidente Lula esse nosso desafio", disse Gil. "Peço também que o desafio seja transmitido à sociedade, pois atingirmos esse desenvolvimento nessa área é muito mais importante do que em etanol e soja", acrescentou.
O ministro reconheceu a necessidade de aumentar os investimentos na área de informática, mas ressaltou que existem muitos setores estratégicos que também precisam ser contemplados. Ele lembrou que parte do segmento foi atendida pelo lançamento da política industrial do governo nessa semana. "Temos uma situação que nunca tivemos antes, desde a cadeia completa de incubadoras até as condições de acesso ao financiamento. Esse século tem grandes condições de fazer do conhecimento uma alavanca para o desenvolvimento do Brasil", declarou Rezende.
O estudo mostra que o Brasil está em uma posição intermediária na comparação com concorrentes. Na América Latina, por exemplo, está atrás apenas do Chile e do México. De acordo com a pesquisa é necessário superar desafios que entravam a convergência digital. As recomendações dizem respeito à melhoria da qualidade da educação, foco no desenvolvimento de infra-estrutura para o setor, especialmente na banda larga, à abertura do mercado a produtos de TI de outros países, desoneração da carga tributária e incentivos para investimentos na área, e utilização de recursos do Fundeb e do Fust para promover a inclusão digital nas escolas públicas.
O Índice de Convergência Digital atribui notas de 1 a 10 referentes a uma média ponderada dos itens conectividade, telecomunicações, mídia, comércio de produtos e serviços por meio digital, hardware, serviços, software, formação superior em TI, educação em TI e inclusão digital.