Identificado novo gene da dislexia

São Paulo (AE) – Cientistas de vários centros de pesquisa dos Estados Unidos identificaram um novo gene relacionado à dislexia, distúrbio que interfere no aprendizado das palavras e da leitura e que afeta de 10% a 15% da população mundial. Batizado de DYX2, o gene está localizado no cromossomo 6, área que há cerca de 20 anos tem despertado o interesse dos pesquisadores que tentam descobrir como funciona a hereditariedade do problema.

A pesquisa foi publicada no periódico científico Pnas (www.pnas.org), da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, e tem como um dos autores o cientista Shelley Smith, que em 1983 mostrou pela primeira vez que um dos principais genes relacionados com o distúrbio estaria localizado num braço do cromossomo 15. Essa descoberta trouxe mais comprovações para a tese de que a dislexia tinha uma origem genética, e que poderia ser passada de geração para geração.

Dessa vez, para chegarem ao DYX2, os pesquisadores estudaram 153 famílias de classe média, moradoras do Colorado (EUA). Dessas, 34 tinham um filho com o problema; 94 tinham dois; 19 delas tinham três. Em 6 famílias, o distúrbio aparecia em 4 filhos. Os estudantes pesquisados tinham de 8 a 18 anos.

Por meio de estudos de DNA e de análises neurológicas, eles observaram que nos integrantes dessas famílias o gene DYX2 tinha seu funcionamento comprometido, o que lhes permitiu concluir que ele aumentaria a suscetibilidade para o desenvolvimento da dislexia.

Além disso, os pesquisadores apontaram para uma relação entre o funcionamento do sistema nervoso central e a questão genética, apontando para uma interação entre a existência desse cromossomo e o modo como cada área do cérebro funciona. ?São autores que estudam o risco genético da dislexia há muitos anos.

Agora, eles ressaltam o papel de um novo gene em uma região que já está sendo estudada, que é a do cromossomo 6. Outros genes desse mesmo cromossomo já foram identificados e apontados como tendo relação com a dislexia?, afirma a fonoaudióloga Simone Aparecida Catellini, pesquisadora do Ambulatório de Neurologia Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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