Cientistas colocam em dúvida teoria sobre extinção de dinossauros

Um grupo de cientistas de diversos países, encabeçado pelo especialista mexicano Jaime Urrutia, colocou em dúvida a teoria da extinção dos dinossauros por causa apenas do impacto de um asteróide no estado de Yucatán, no sul do país.

Urrutia, diretor do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), afirmou que podem ser vários os fatores, somados à queda daquele objeto celeste, que contribuíram para o desaparecimento dos dinossauros. “O que sugerimos é que a extinção foi provocada por múltiplos impactos e outros eventos catastróficos 300 mil anos depois”, assinalou Urrutia ao jornal mexicano “Reforma”.

A polêmica conclusão surgiu da análise de amostras geológicas da cratera de Chicxulub, no Yucatán, onde se supõe que caiu o asteróide. As amostras foram retiradas de uma profundidade de 1.500 metros, no núcleo da cratera. O especialista assinalou que após a queda do asteróide, há 65 milhões de anos, houve ainda um extenso período de tempo (cerca de 300 mil anos) para a extinção total dos dinossauros.

Os resultados das pesquisas realizadas pela equipe de 100 cientistas, composta por especialistas da Suíça, França, Estados Unidos, Alemanha e México, foram antecipados há alguns dias pela revista especializada “Proceedings of the National Academy of Sciences”, editada em Washington.

A equipe de cientistas recolheu as amostras geológicas entre 2001 e 2002 na localidade de Yaxcopoil, a 40 quilômetros de Mérida, a capital de Yucatán, na extremidade da península de mesmo nome.

“O registro geológico demonstra que a extinção foi gradual”, explicou Urrutia ao jornal mexicano. “Nenhum dos cinco métodos de análise empregados demonstrou com precisão a relação entre os traços geológicos do impacto com os registros fósseis”, acrescentou.

O cientista disse que ainda não existem provas inequívocas sobre outros impactos de similar magnitude que teriam ocorrido quase

(SEGUE)

simultaneamente à queda do asteróide em Yucatán. No entanto, ele afirmou que se acredita que outros objetos celestes menores se chocaram contra o planeta no Mar do Norte, na Ucrânia e na Península Arábica.

Em novembro de 2001, a equipe multidisciplinar retomou os trabalhos de escavação inciados dois anos antes, sob patrocínio do Instituto Internacional de Perfurações Continentais, com orçamento de US$ 2,5 milhões.

A teoria de que a queda de um gigantesco asteróide extinguiu o “Parque Jurássico” na região vem gerando muitas dúvidas desde os anos 90, por falta de evidências incontestáveis.

Acredita-se que a gigantesca nuvem de pó e restos do asteróide que se chocou contra a Terra tenha provocado uma enorme sombra que levou à morte massiva de espécies da flora e fauna, culminando com o desaparecimento dos dinossauros. Esse cataclismo criou as condições posteriores para a expansão dos mamíferos, entre eles o homem.

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