2006 deixa um grande legado

O ano de 2006 já passou, faz parte da história. Mas muitos lançamentos, negócios e medidas que marcaram o ano passado devem nortear muitas das discussões sobre tecnologia em 2007. Fusões milionárias, mudança no sistema de telefonia, batalhas judiciais contra o download ilegal de músicas e muitos produtos novos para facilitar o dia-a-dia e trazer mais entretenimento aos usuários são alguns dos acontecimentos de 2006 que devem continuar na pauta do ano que acaba de chegar.

Entretenimento foi um dos temas mais explorados no ano que se foi. A compra da Pixar pela Disney, a consolidação das televisões de tela grande, de plasma ou LCD, o sucesso do Ipod e o lançamento do Zune, o tocador de músicas digitais da Microsoft, são um bom exemplo de como o mercado do entretenimento vem crescendo mundialmente. Mas outros três fatos marcaram realmente 2006 como o ano do entretenimento.

Dois garotos com uma idéia brilhante e milhões de usuários, mas com poucos dólares em caixa e uma perspectiva de morrer entulhado em processos de direitos autorais, segundo previsão de Mark Cuban, um importante investidor, fecharam o negócio do ano: US$ 1,67 bilhão. Chad Hurley e Stev Chen, criaram o YouTube, site em que milhões de usuários acessam mais de 100 milhões de vídeos por dia e ficaram milionários da noite para o dia, ao venderem seu produto para o gigante Google, que tornou o portal mais seguro e está, aos poucos, resolvendo as questões relativas aos direitos autorais. O YouTube virou a grande vitrine para produções independentes e já tem gente ganhando dinheiro produzindo vídeos exclusivos para a internet.

O ramo dos jogos eletrônicos está em polvorosa com o lançamento dos videogames da 6.ª geração.

O ramo dos jogos eletrônicos está em polvorosa com o lançamento dos videogames da 6.ª geração. XBox 360, Nintendo Wii e Playstation 3, que chegaram às prateleiras de todo o mundo no final do ano, prometem travar, em 2007 uma grande batalha pela preferência dos gamemaníacos. Realidade virtual, jogos cada vez mais complexos, com gráficos com definição incrível, sensor de movimentos e capacidade de armazenar games na própria memória do console são alguns dos diferenciais dos novos videogames, que ainda têm o preço como grande adversários para cair no gosto do público, ao menos no brasil, onde o preço dos consoles varia de R$ 2,5 mil a R$ 7 mil.

Entre os jogos para computador, os games on-line mais uma vez chamaram a atenção, um deles em especial está ganhando cada vez mais fãs, o Second Life, game semelhante ao The Sims, mas que o jogador controla um personagem (avatar) em um mundo virtual, convivendo e interagindo com outros jogadores. A recriação online de sociedade feita pela Linden Labs, já está misturando a vida real à virtual, com ações de marketing, dentro do jogo e até negociações de bens para o jogo encolvendo dinheiro real. Há até uma cotação, em que R$ 1, vale 95 Linden Dollares, a moeda do mundo virtual. O Second Life já tem 70 mil usuários no Brasil e o game deve estourar em 2007, quando chegará será disponibilizada sua versão em português.

Windows Vista

Após cinco anos de espera, os usuários do sistema operacional Windows conheceram a versão corporativa do sucessor do XP em novembro deste ano. Como o próprio nome diz, o Windows Vista apresenta inovações no visual. A interface conta com uma barra lateral (sidebar) com widgets e leitor de RSS, a função Aero, de visualização em 3D das janelas abertas, bem como melhorias em segurança e controle de acesso para crianças.

As versões mais avançadas do Vista incluem o novo Windows Media Center, com melhorias na gravação de conteúdo de TV e compartilhamento de multimídia. Ainda na área de entretenimento, o Vista ganhou uma versão bastante modificada do Windows Media Player 11, com serviço de venda de músicas.

A chegada do Vista foi acompanhada dos lançamentos do novo pacote de produtividade Office 2007 e do sistema de colaboração Exchange Server 2007, que ganham versões em português ainda em dezembro.

Apesar de ter sido lançado no ano passado, o novo Windows só chegará aos consumidores em 2007. Esse deve ser o último software do Windows a ser lançado para compra em mídia gravada (CD ou DVD). A partir do Vista, a Microsoft deverá apostar nas atualizações online.

Mudança na telefonia passa a valer em março

Outra decisão tomada em 2006 que influenciará a vida de todos os brasileiros a partir deste ano é a mudança da cobrança das chamadas telefônicas de pulso para minutos. A partir de março de 2007, as chamadas locais de telefones fixos passam a ser faturadas em minutos.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já aprovou dois planos de serviço que serão oferecidos de forma obrigatória pelas operadoras, um básico, em que o preço do minuto é de cerca de 65% do valor do pulso atual e o custo mínimo da ligação é referente à duração de 30 segundos, e um alternativo, em que o preço do minuto é de cerca de 25% do valor do pulso atual, mas há uma taxa adicional para ligações maiores que quatro minutos e uma franquia mínima de 400 minutos.

Embora os planos tenham sido criados de modo a não alterar a receita total das operadoras, podem ocorrer variações nas contas individuais devido à forma aleatória com que o pulso tarifava as chamadas. Dependendo do perfil de chamadas de um usuário em particular, a sua conta mensal pode aumentar, ou diminuir. O segredo será saber escolher o plano mais compatível com o perfil do usuário.

Além disso, para 2.301 municípios brasileiros, as chamadas locais para telefones fixos serão gratuitas a partir de julho, pois as operadoras decidiram que seria inviável fazer a conversão de pulso para minutos nessas cidades.

Cerco à pirataria

Leis mais rígidas, processos judiciais contra usuários de redes de compartilhamento de arquivos, apreensões recordes de CDs e DVDs e sites de down-loads tirados do ar. 2006 também foi o ano do combate à pirataria, principalmente de música, vídeo e software, e esta cruzada também deverá ser mantida neste ano, com medidas tomadas pelas próprias gravadoras e produtoras para estimular o consumo de mídia legalizada.

Se, por um lado as empresas detentoras dos direitos autorais uniram-se para combater judicialmente à pirataria pela internet, conseguindo fechar sites, prender distribuidores de conteúdos e ganhar indenizações milionárias, elas também perceberam que, apenas com medidas de repressão, jamais conseguiriam, ao menos, reduzir os números da pirataria no mundo e começaram a buscar alternativas.

Surgiram as lojas virtuais de músicas, em que o usuário pode comprar o download das canções que quiser, ao invés de ter de adquirir um álbum completo e foram firmadas parcerias entre, os então inimigos, produtores e sites de download, para que apenas conteúdos autorizados fossem disponibilizados, mas uma iniciativa histórica de uma das maiores gravadoras do mundo pode vir a ser o exemplo a ser seguido neste novo ano. A Universal anunciou que deixará todo o seu catálogo livre para download em seu site oficial, faturando, ?apenas?, com a venda em publicidade do site, que deverá receber milhões de visitas por dia. Enquanto a questão não é definitivamente resolvida, melhor para os artistas independentes que, sem recursos para gravar um CD, expõe sua produção na internet e correm o risco de ficarem conhecidos no mundo inteiro.

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