A mulher e o trabalho, o trabalho e a mulher

Muitos avanços foram conquistados pelas mulheres ao longo dos tempos no mercado de trabalho, como o TDelas já mostrou na edição do dia 1º de abril, em página publicada todas as segundas-feiras na Tribuna. No entanto, a propósito do Dia Internacional do Trabalho, comemorado nesta semana, convidamos as nossas leitoras a refletir um pouco mais sobre essa relação entre as mulheres e o trabalho.

Afinal, por mais que o mercado de trabalho já não seja mais tão preconceituoso e discriminatório para as mulheres, sempre existe alguma coisa a ser aperfeiçoada. Uma questão que ainda precisa ser melhor resolvida, por exemplo, é a relação entre vida profissional e maternidade, como explica o professor do curso de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Steiner Neto.

“Não vejo ainda uma solução adequada, que não prejudique as mulheres”, comenta. Para ele, são poucos os casos em que as mulheres conseguem ser reconhecidas profissionalmente quando são mães. “Um dos poucos exemplos de sucesso é a ex-presidente da Companhia Siderurgia Nacional (CSN), Maria Silvia Bastos”, afirma.

O problema se dá pelo afastamento da mulher do mercado de trabalho durante a licença. “Hoje em dia, as mulheres são mães aos 30 e poucos anos, justo quando estão em momentos de arrancada profissional. Quando voltam, não sabem lidar com o tempo que ficaram longe”, avalia. A resolução do impasse, para ele, é responsabilidade tanto das empresas quanto das mulheres.

Outro problema enfrentado pelas mulheres no mercado ainda é a discriminação salarial. “A gente percebe que as empresas têm tentado manter o mesmo nível, mas a diferença de 20% ou 30% para o mesmo cargo ainda é uma prática de algumas, apesar de as mulheres já estarem ocupando cargos mais técnicos devido à falta de mão de obra”, explica a psicóloga Daniella Forster (foto), coordenadora do PUC Talentos.

Para ela, o mercado vê as mulheres como pessoas emocionais e emotivas demais, o que, às vezes, é fator de discriminação. As qualidades das mulheres, entretanto, são inúmeras. “Elas procuram mais qualificação e se sobressaem mais nas entrevistas porque estão se posicionando mais”, revela.

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