O ano da graça

Sucessão de jogos memoráveis em 1969 garantiu a convocação de Ado

A série de partidas memoráveis no ano de 1969 começou no Belfort Duarte contra o Coritiba e não parou mais. Ado jogava com a camisa do Londrina. Outra partida memorável aconteceu numa quarta-feira à noite, dia 29 de outubro. O técnico Dino Sani não podia contar com o goleiro titular Lula, que disputava as Eliminatórias para a Copa 1970, na reserva de Félix. E o Corinthians tinha pela frente uma pedreira: Botafogo, jogo válido pela 16ª rodada do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que naquele ano contava com 17 equipes de sete estados. O técnico tinha para o gol um novato que veio de Londrina, sem um jogo com a camisa do Timão. Dino Sani colocou o novato que, apesar de toda pressão de um Maracanã lotado, fechou o gol. O alvinegro paulista venceu o alvinegro carioca por 2 a 0. E o Botafogo, time da Estrela Solitária, parou na estrela de Ado. E na estreia de Ado.

O goleiro continuaria a brilhar com intensidade. Ele pegou lugar de Lula no Corinthians e também o de Lula na Seleção, na reserva de Félix. Ado virou uma “Fera do Saldanha”, como eram conhecidos os jogadores do selecionado na época em que foi comandado por João Saldanha – ou João Sem-Medo, como diria Nelson Rodrigues. Um homem a quem muitos creditam boa parte pelo sucesso da Seleção de 1970. Se depois da campanha no México, Ado deixou de envergar a jaqueta nacional, pelo Corinthians ele continuou por alguns anos a encantar a torcida alvinegra. Mas, com o passar do tempo, Ado também foi perdendo espaço no clube. Ele participou de jogos memoráveis como a virada histórica em cima do Palmeiras no dia 25 de abril de 1971, numa tarde gelada de 8 graus no estádio Morumbi. O técnico era Francisco Sarno e o Corinthians perdia por 3 a 2 para o eterno rival, que era favorito. No entanto, conseguiu virar o placar para 4 a 3. Um jogo inesquecível para todos os corintianos.

Só o fato de participar de uma partida histórica como esta, deixa o nome de Ado gravado na memória de qualquer corintiano. No entanto, três anos depois, no Campeonato Paulista de 1974, Ado começa a temporada como titular e aos poucos perde a vaga para o argentino Buttice. Nas vésperas da final contra o Palmeiras, Ado foi convocado para defender o gol porque os titulares foram poupados pelo técnico Pirillo. Esta foi a sua última partida com a camisa do alvinegro. Ela aconteceu no dia 15 de dezembro de 1974, no Pacaembu, pelo segundo turno do campeonato. Foi uma despedida melancólica. O Corinthians perdeu por 4 a 1. O time titular do Corinthians foi para a final contra o Palmeiras. Sem Ado no gol, defendido por Buttice.

Arquivo

Futuro promissor

A Copa do México, em 1970, colocou Ado como o sucessor de Félix na Seleção Brasileira. Mas ele não soube aproveitar e não ficou no topo.

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