Todos os coxas felizes

No Couto Pereira, Coritiba 1×0 Flamengo. Não há risco que não se supere, quando surge um time carioca. Sejamos práticos: o Atlético precisava de 3 pontos para chegar aos 45, que segundo a literatura dos matemáticos do campeonato é o “número mágico” para evitar o rebaixamento. E quando não se esperava, surgiu o Botafogo e Gatito aceitou o chute preguiçoso de Guilherme.

Os coxas quase tiveram um ataque de nervos com a vitória da Ponte Preta sobre o Furacão. Mas aí surgiu o Flamengo, e pronto: Cléber Reis fez de cabeça e o goleiro Wilson garantiu a vitória que aproxima o time do “número mágico”.

Mas a vitória do Coritiba não foi somente por ser o desorganizado e submisso Flamengo. Foi muito mais por ser um time de método. Sem correr riscos, com uma ordem exótica de Marcelo Oliveira que escalou Dodô pelo lado, usou a convenção que está salvando-lhe: a bola saindo de Carleto para encontrar um zagueiro (Cléber, outra vez) fazer o gol, e depois apostar tudo nos milagre de Wilson. Ontem precisou apenas de um.

Agora começa uma disputa particular entre Atlético e Coritiba. Jogo de pequenas intenções. Jonas, vejam só, foi o melhor em campo. Jogou muito.

Recuo mecânico

O Atlético prometeu um passo à frente, mas deu dois para trás. A sua proposta de tornar mecânicas as decisões do seu futebol, definitivamente está sendo um fracasso. A influência que vários segmentos do clube exercem sobre o trabalho do treinador, torna-o refém. Se esse é pouco preparado e não tem a personalidade para se impor como Fabiano Soares, então passa a ser um elemento a mais na composição da anarquia.

Uma vaga na Sul-Americana é o que resta para o Furacão. É muito pouco para a estrutura física e poder de investimento que ostenta ter. O presidente Mário Celso Petraglia um dia desses falou a um amigo comum, que “em 22 anos de Atlético nunca viu um time pior do que esse”.

Já é um fator otimista. Mas não pense Petraglia que a gravidade do fato se esgota em reconhecê-lo. O time formado que é “o pior que viu”, tornou-se medíocre em razão do projeto de que o futebol antes de ser um esporte, é uma ciência que é produzida em laboratório.