Regras para o rebaixamento

Os torcedores coxas saíram atordoados do Couto Pereira. É que o Botafogo lhe mostrou a profundidade da ferida que há tempo foi aberta e que recebe tratamento de pronto socorro. A derrota por 3×2 escancarou de vez aquilo que os coxas temiam: além da carência de jogadores, não podem contar com o técnico Marcelo Oliveira.

O time sempre foi fraco, ninguém podia duvidar. Mas o que não se esperava, é que Marcelo fosse incapaz de dar o mínimo de estrutura tática para compensar a falta de reservas individuais. O que se tem é a pior versão do Coritiba nos últimos tempos. Com poucas opções, Carpegiani em 2016 conseguiu, e Pachequinho estava conseguindo.

A ordem de jogo proposta por Marcelo no segundo tempo de ontem foi suicida. Não se pode aceitar que um dos treinadores mais valorizados do mercado desconheça as virtudes adversárias. Ao desprezar que enfrentava o melhor contra-ataque do campeonato, criado pelo excelente Jair Ventura, Marcelo provocou a causa imediata para a derrota. O Coritiba indicou todos os motivos que provocam o rebaixamento: nervoso, como no pênalti perdido por Carleto, sem preparo tático e sem perspectiva de melhorar com Marcelo e a notória falta de time.

Os coxas saíram com fissuras do Couto: o técnico, os assessores do técnico, os dirigentes de futebol, os jogadores, e em especial, o presidente Bacelar, que não se oferece tentar soluções.

Derrota da razão

Fabiano Soares é um treinador com boas ideias. Mas por serem tantas e tão intensas, às vezes, ao serem projetadas para o exterior, se confundem. E como a única razão que existe no vestiário é a do treinador; o que ele pensa e o que ele faz, acaba decidindo um jogo.

Desprezando o excepcional segundo tempo contra o Fluminense, o treinador atleticano, contra o Santos, quis criar com variações com Felipe Gedoz, Guilherme e Sidcley entre as meias e o ataque para chegar ao gol de Vanderlei. Um chute de Gedoz, de fora da área, e nada mais.

A ideia, em tese, não é ruim, mas reclama velocidade, inteligência e talento, virtudes que os três não têm. Como jogar assim, dependendo de Guilherme, que carrega o pior defeito do ser humano, que é a preguiça.
A razão do professor era tão inconsistente, que bastou uma linha de erros amadores de Nikão, Wanderson e Weverton no gol do Santos, para o Furacão mudar tudo. Com Rossetto, Ribamar e Lucas Fernandes quis recomeçar. Mas aí enfrentava, também, a lógica, que é a qualidade individual do Santos.

O goleiro Weverton falhou no gol e começa a ser caçado como culpado. É vítima. É questão para amanhã.