Homem ou Lobisomem?

Rogério Portugal Bacellar, enquanto presidente do Coritiba, precisa decidir: é homem ou é lobisomem? Não é difícil,  mas basta fazer uma visita a recente história do clube e encontrará dois exemplos de ex-presidentes chamados para decidir sobre o empréstimo do Couto Pereira ao Atlético: Giovani Gionédis e Vilson Ribeiro de Andrade.

Em 2005, o Atlético precisava do estádio Couto Pereira para jogar a final da Libertadores da América com o São Paulo.  Porque o Coritiba não tendo obrigação contratual, e não se sentido obrigado no aspecto esportivo, Gionédis não criou nenhuma expectativa, e disse não. Foi homem.

Em 2013, o Atlético precisava do estádio Couto Pereira para jogar enquanto construía a Baixada para a Copa do Mundo. Porque o Coritiba, não tendo obrigação contratual, e não se sentido obrigado pelo paranismo, Vilson Ribeiro de Andrade disse não. Foi homem.

A regra geral, independente de motivo, o Coritiba nunca teve obrigação, seja a qualquer título, de ceder o Couto Pereira.  Se o Atlético se propôs a correr o risco de ter coincidência entre seus jogos e a locação da Baixada para outros eventos, é só dele a conta.

Mas em 2015, representado por seu presidente Rogério Portugal Bacellar, o Coritiba assinou um contrato de parceria com o Atlético. Uma das cláusulas obriga-o a ceder o estádio para o Furacão, quando esse tiver cedido a Baixada para terceiros. Nada de graça, bem pago.

Às escondidas, Bacellar garantia ao Atlético, que o Coritiba iria cumprir o contrato, cedendo o estádio para o jogo contra o Santos. Mas aos conselheiros e à torcida do seu clube, negava o empréstimo. Para justificar essa contradição, dizia a Petraglia, que iria confirmar só nesta sexta-feira (23) para evitar a pressão popular. Depois de uma reunião na quinta-feira (22) com a sua diretoria, afirmando que “é homem”, que “tem palavra”, que “tem fé pública como cartorário” e que “respeita a sua assinatura em contrato”, decidiu que o Coritiba iria ceder. Confirmou a cessão,  mas às 13h25 desta sexta-feira recuou, negando a cessão.

Responda, doutor Bacellar: foi homem ou foi lobisomem?