Fugindo do Inferno

Foi coincidência, embora irônica, sem dúvida. No mesmo horário, em que jogava o Coritiba contra o Cruzeiro, o Telecine CULT exibia o eterno “Fugindo do Inferno”, que conta a história real de um grupo de soldados aliados, que foge de uma prisão nazista, e que tem como símbolo uma das cenas mais espetaculares da história do cinema: Steven MacQueen fugindo dos alemães voando em uma motocicleta. O Coritiba quer fugir do seu inferno, a zona de rebaixamento.

O acaso apareceu no Couto Pereira e lhe deu a mão. Jogando menos que jogou na derrota para o Corinthians, bem menos do que jogou na derrota para o Grêmio, ganhou do Cruzeiro, 1×0. E foi por acaso, porque ganhou sem chutar uma única bola ao gol de Fábio. O seu gol foi de uma bola que ia para fora, mas o lateral Diogo Barbosa jogou contra. Mas o acaso não torna a vitória injusta.

Em nenhum momento, os coxas passaram pelo risco de sofrer o empate. Mesmo porque, o Cruzeiro surpreendeu: ao invés de ser o time que melhor joga nesse segundo turno, apareceu indolente, preguiçoso, quase desinteressado.

O alemão Baumjohann escalado pelo presidente Bacellar entrou em campo. Mas não jogou. A vitória deve diminuir um pouco a tensão da obrigação de vencer, mas que nos números continua no mesmo tamanho.

Riscos

Os riscos do Atlético ser excluído de um torneio continental, não decorrem dos números. Duas vitórias, e pronto: o Furacão já estará entre os que disputam uma vaga para a Libertadores. Quero dizer que, ainda, e talvez em nenhum momento, os atleticanos devem considerar a hipótese de rebaixamento. Os riscos decorrem da decadência no campo.

É fato: esse time sempre foi carente de qualidade. Conseguiu compensar esses limites, com a emoção em alguns jogos, na Baixada, em especial. Ocorre que a superação por ser mais emocional do que física, é limitada a um curto período. Não há na história no futebol um time que só tenha mantido um equilíbrio só na superação. A carência individual e tática que eram compensadas, retornam mais valoradas. Hoje, o Atlético joga contra o Vitória, em Salvador. Lucho González volta. As coisas tomaram um caminho no Furacão, que é possível afirmar que o time é Lucho e mais dez.