Consolo

Na Arena de Porto Alegre, Grêmio 2×0 Coritiba.

Porque o segundo gol gaúcho, o de Fernandinho, aconteceu já no final, e quando o Coritiba buscava o empate, pode ter ficado a impressão de um jogo equilibrado. Quando houve equilíbrio foram nos momentos que o Grêmio, com um pouco de soberba, parecia indiferente. E, ainda, assim, só não foi além dos dois a zero, porque Wilson operou no mínimo três defesas próprias do grande goleiro que é.
Na derrota, desaparecem as virtudes e só destacam-se os defeitos. Como a fragilidade de Dodô e Jonas. E o amarelo tradicional de Alan Santos, quando é apertado.

Mas não encontro nos defeitos a explicação para a derrota. Bem ordenados, os coxas jogaram o que vêm jogando. Só que os seus limites ficaram estreitos para enfrentar a qualidade individual do jovem time de Renato. Há tempo, um clube no futebol brasileiro, não produzia uma safra talentosa como o Grêmio produziu.

Mas não dá para ignorar um fato, que por algum tempo vai ser um tormento para os coxas: sem Kléber, o time perde a referência, e nos momentos de dificuldades, parece perder a identidade. Alecsandro não tem o carisma do Gladiador e Henrique Almeida fica zonzo, perdido e esvaziado como atacante. Neste momento, para o Coritiba, Kléber é insubstituível. Não só pelo que joga, mas pelo que representa.

Saudosismo

O futebol tornou-se um comércio ao ponto de recusar os repentes saudosistas, que são valores que integram o sentimento de cada geração de torcedores. Mas, às vezes, precisamos buscar consolos no passado, o que tornam as comparações inevitáveis.

Eu não me lembro de que alguma vez o Furacão foi tão carente em atacantes como nos dias atuais. Quando entra em campo com Douglas Coutinho e Grafite é uma tristeza. Quando entram Eduardo da Silva e Ederson é de chorar.

Mas, aí, vem o mais grave: não se tem notícia de algum jovem atacante da base há sete anos. Bem que Petraglia poderia mandar todos embora, e mandar descontar o gasto no salário de Autuori.