O palco do Teatro Positivo recebe neste sábado (19), mais uma vez (ainda bem), uma das maiores estrelas do samba brasileiro. Alcione celebra sua carreira com o show inédito intitulado simplesmente de “Alcione”, um álbum repleto de hits, mas também com canções novas que trazem no seu DNA letras fortes e melodias que fazem os fãs curtirem cada segundo. O show começa as 21h15 e os ingressos estão disponíveis a partir de R$ 120 no Disk Ingressos.

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A Tribuna conversou com exclusividade com a Marrom, que contou um pouco mais do show que apresenta neste sábado. “Os fãs de Curitiba podem esperar um show repleto de hits, mas também as novidades do meu álbum. Nesta nova turnê, inseri algumas canções inéditas do disco como ‘Marra de feroz’ e ‘Não mexe comigo’. Também regravei um dos maiores clássicos da música brasileira: Evidências”, disse a sambista.

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A decisão de gravar a música, aliás, veio a partir da enxurradas de memes que surgiram após Alcione tropeçar na memória, ao vivo, na Te Globo. “A ideia de regravá-la surgiu depois de uma ida ao Domingão do Faustão. Eu disse que adorava, me pediram pra cantar e não sabia a letra direito. Claro, acabou virando meme na internet”, diverte-se.

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Sucesso na internet com memes, Alcione também encontra nas redes, no público mais jovem, a renovação e fortalecimento de laços com novos admiradores. “Tantos anos de carreira só me fizeram ter a certeza de que escolhi o ofício adequado. E também me sinto muito feliz em ver as plateias se renovando, muitos jovens curtindo o meu trabalho e o de tantos outros colegas da música brasileira”.

O público se renova, mas e o samba? Perguntei para Alcione como ela vê o cenário atual do samba, que sempre foi um símbolo de resistência dentro de um contexto sócio-político no Brasil. “Como dizem os versos da música, o ‘samba, agoniza mas não morre’. É um dos nossos maiores símbolos, um patrimônio nacional. Ele está nos salões, nos guetos, nos fundos de quintal, em todos os cantos do território brasileiro. E existe uma galera nova, que tá chegando na música, que continua a empunhar essa bandeira tão poderosa do samba. Com dignidade e talento. O samba faz parte da nossa identidade”, disse Alcione.

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A luta de classes que o samba sempre encampou, também tem na Marrom uma representante quando o assunto é o sexismo na música. Curiosamente, no novo álbum as músicas citadas lá no início da matéria são canções que tratam justamente deste tema.

“Dentro ou fora do samba ainda existe o machismo, infelizmente. Não é à toa que gravei, neste álbum, músicas como Marra de Feroz e Não mexe comigo. São alertas contra o machismo, a violência e suas variações. Me preocupa, sim, dar esses recados, porque ainda tem muita mulher em dificuldades e sofrendo violências em nosso país. Pelo mundo, aliás’, defendeu.

Curitiba tem samba no pé

Frio nos termômetros, calor na plateia. Alcione não tem dúvidas de que a fama de “fria” de Curitiba se restrinja apenas às medições das temperaturas do clima. “CO público sempre foi muito caloroso conosco. Quanto ao samba, ele nasce no morro ou na cidade. O Brasil é um celeiro de bons poetas e compositores. Curitiba, mesmo sem ser conhecida como um berço de sambistas, tem muitos talentos aflorando por aí”.

O repertório de Alcione será explorado ao máximo neste sábado, para mostrar todo o seu rico potencial. “Sempre escolho meu repertório visando somente o que me emociona e arrepia. Talvez por isso mesmo encontre nos fãs essa sintonia. Somos humanos e temos emoções similares, independentemente dos gêneros, classes, camadas sociais ou etárias”, finalizou.

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A apresentação em Curitiba tem produção da RW7 Production & Entertainment. A produção e os arranjos são assinados por Alexandre Menezes, diretor musical da Banda do Sol, e a direção geral é de Solange Nazareth, também empresária da artista.

O Teatro Positivo fica na Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300. Os ingressos custam de R$ 120 a R$ 700, variando de acordo com o setor e modalidade escolhidos. A classificação é de 16 anos.