Dos primeiros pliés no palco do Guaíra para brilhar em solos como primeira bailarina do Philadelphia Ballet, nos Estados Unidos. A bailarina Nayara Lopes foi aluna da Escola de Dança Teatro Guaíra (EDTG) entre 1999 e 2007 e hoje segue uma carreira internacional brilhante. De volta a Curitiba nesta semana, a artista ministrou uma aula para alunos da EDTG, numa visita especial.
Durante a passagem pela terra das Araucárias, Nayara tem participado de aulas com a Companhia do Balé Teatro Guaíra e, nesta terça-feira (17), ministrou uma aula para alunos da Escola de Dança Teatro Guaíra (EDTG), na qual iniciou sua trajetória ainda na infância.
“Foi aqui que aprendi a amar o balé”, resumiu Nayara. “Toda vez que volto, sinto essa paixão reacender. O Guaíra me deu muito apoio, tanto físico quanto mental. As professoras nos ajudavam a entender quem éramos como bailarinas e como pessoas. Isso ficou comigo para sempre”, disse.
Nayara iniciou sua formação nos Estados Unidos, na escola do American Ballet Theatre, dançou no National Ballet of Canada, Orlando Ballet II e no renomado Dance Theatre of Harlem, de Nova York.
Desde 2016, ela integra o Philadelphia Ballet, onde foi promovida ao posto de primeira bailarina em 2021, após uma apresentação de The Nutcracker, de George Balanchine. Nayara lembra que, ao deixar o Brasil aos 16 anos, com apenas 200 dólares no bolso, precisou trabalhar como faxineira e atendente de café para se manter. “A gente acha que é mais fácil morar fora, mas não é. Foi muito difícil no começo, eu fazia de tudo. Era faxina de manhã e ensaio à tarde. A arte exige entrega, mas alimenta a alma. E vale a pena”, afirmou.
Com uma agenda intensa de apresentações nos Estados Unidos e agora também na Finlândia, onde inicia uma nova fase como primeira solista, Nayara encontra nas pequenas pausas no Brasil uma oportunidade de reencontro com suas raízes. “Voltar para o Guaíra é voltar para casa. Aprendi muito cedo com as professoras. É muito do nosso jeitinho de ensinar e é onde tudo começou, onde tive meus primeiros sentimentos com a dança”, disse.
Durante a visita, além de reencontrar antigos professores e colegas, ela compartilhou com os estudantes da escola conselhos valiosos: “Sejam autênticos, persistentes e não tenham medo de ser quem são. A arte precisa de pessoas diferentes, com personalidade. É isso que faz o brasileiro se destacar lá fora.”



