Saúde

Semaglutida em comprimidos: Remédio não tem comprovação científica para emagrecer

remédio para emagrecer
Foto ilustrativa: Adobe Stock

O uso de aplicações subcutâneas de semaglutida para o tratamento de sobrepeso e obesidade levantaram o debate se a substância em comprimido pode oferecer efeito semelhante.

VIU ESSA? TV Box Pirata terá sinal cancelado pela Anatel; Saiba quando será bloqueado

A fórmula em cápsulas, porém, não é disponibilizada nas doses indicadas para emagrecimento. O produto disponível no mercado, vendido sob o nome comercial de Rybelsus, deve ser usado apenas para a finalidade indicada, o tratamento de diabetes mellitus, segundo especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo.

Os profissionais apontam que, apesar de ser a mesma substância (uma forma sintetizada em laboratório de um hormônio chamado GLP-1), faltam estudos que estabeleçam padrões de segurança para o uso do comprimido como medicação para perda de peso.

LEIA AINDA – Pomadas para modelar cabelos têm venda e uso proibidos no Brasil pela Anvisa

O endocrinologista Paulo Augusto Carvalho Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e especialista na área, diz que estão autorizados apenas três medicamentos que têm a semaglutida como princípio ativo.

Os indicados estritamente para tratamento de diabetes são o Rybelsus e o Ozempic (aplicação subcutânea semanal) -usado de forma offlabel para o tratamento da obesidade. Além deles, há o Wegovy, liberado em janeiro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para perda de peso e ainda não disponível nas farmácias.

“Nós tivemos a aprovação da semaglutida por via subcutânea para o tratamento da obesidade. Esta medicação, de nome comercial Wegovy, ainda passa por um processo final de regulamentação, com precificação, liberação dos dispositivos”, afirma Miranda.

Diferenças na absorção

Segundo o presidente da SBEM, a diferença essencial entre os formatos dos medicamentos é a tecnologia de absorção.

“A semaglutida é uma molécula proteica, um conjunto de aminoácidos. De maneira geral, a maioria das medicações com proteínas ou peptídicas precisam ser aplicadas através da injeção, não passando pelo estômago, porque este contém enzimas que degradam estas moléculas”, afirma.

VEJA AINDA – Você convive com psicopatas? Veja dicas para reconhecê-los

O Rybelsus tem um mecanismo de encapsulamento que possibilita a absorção da semaglutida sem que esta seja danificada pelos ácidos estomacais, diz ele. As pesquisas comprovam a eficiência desse remédio no tratamento da diabetes, porém, o mesmo não acontece no emagrecimento.

“Nós não temos nenhum estudo ainda disponível mostrando a eficácia e segurança da semaglutida por via oral para pessoas com obesidade, apenas a subcutânea e em doses diferentes daquela hoje disponíveis para o tratamento do diabetes do tipo 2”, diz Miranda.

LEIA TAMBÉM – Golpe do falso funcionário: bandido finge trabalhar em banco para faturar com PIX

Para o presidente da SBEM, os resultados do tratamento da semaglutida para a obesidade com as doses estudadas, que são maiores do que as disponíveis no mercado brasileiro para o tratamento da diabetes, são promissores.

Rodrigo Lamounier, médico coordenador do serviço de Endocrinologia da Rede Mater Dei de Saúde, pontua que a variedade de formatos contribui para mais resultados.

“Como médico, acho importante haver disponibilidade da apresentação injetável e oral, principalmente porque, dependendo do perfil de cada paciente, isso pode facilitar a adesão ao tratamento, que é sempre um aspecto muito importante no cuidado com doenças crônicas”, aponta o endocrinologista.

Lamounier afirma que, se por um lado a versão oral pode ajudar os pacientes que têm problemas com agulhas, por outro a periodicidade semanal do injetável pode ser mais vantajosa para quem já toma muitas medicações diárias.

A literatura médica, segundo o coordenador, sugere que para diabetes o uso do medicamento oral ou injetável tem uma eficácia semelhante, especialmente no que diz respeito à redução da glicose.

“Em relação à redução do peso, talvez a aplicação injetável possa ter ainda um efeito um pouco maior em relação à apresentação oral, mas não são tantos os estudos que fizeram essa comparação, então não é possível afirmar isso categoricamente”, destaca o médico.

Na deficiência de insulina

Lamounier recomenda Rybelsus e Ozempic apenas para quem tem diabetes, como prescreve a bula, e escolhe o formato da medicação discutindo os prós e os contras de cada um com o dono da receita.

“A decisão assim é compartilhada. O papel do médico da doença crônica é facilitar o entendimento e o conhecimento para que o paciente faça as escolhas que acredita serem as mais identificadas com sua maneira de ver a vida”, afirma o coordenador.

No caso da deficiência de insulina, há ainda outras questões que a prática clínica leva em conta, como o uso conjunto de mais de uma medicação.

Ainda assim, o GLP-1, segundo Lamounier, melhora o controle do açúcar no sangue, diminui o risco de doenças cardíacas e o risco de problemas renais, benefícios que em breve, com a chegada ao mercado do Wegovy injetável, também poderão ser replicados em pacientes que necessitam emagrecer e acumulam outras comorbidades.

Você já viu essas?

Denúncia de crime ambiental para derrubada de centenas de árvores em Curitiba
Denuncie!

Denúncia de crime ambiental para derrubada de centenas de árvores em Curitiba

Bar raiz em Curitiba “captura” clientes por horas; Comida boa, cerveja gelada e proteção do Papa
Clássico!!

Bar raiz em Curitiba “captura” clientes por horas; Comida boa, cerveja gelada e proteção do Papa

“Uber” para caminhoneiros, empresa de Curitiba fatura milhões
Inteligência

“Uber” para caminhoneiros, empresa de Curitiba fatura milhões

Whatsapp da Tribuna do Paraná
RECEBA NOTÍCIAS NO SEU WHATSAPP!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.