Sua saúde

Mulheres que se exercitam reduzem em até 40% o risco de câncer de mama

No outubro rosa, atenção ao câncer de mama ganha mais espaço. Foto: Deposit Photos

Você sabia que mulheres que praticam, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada semanalmente reduzem em até 40% as chances de desenvolverem câncer de mama? Quem explica isso é o médico oncologista do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP) Luís Felipe Matiusso de Souza.

Segundo ele, cada detalhe é decisivo na hora de obter um diagnóstico de câncer de mama. Manter hábitos saudáveis é uma das alternativas de evitar ou, ao menos, diminuir a gravidade da doença.

Ser diagnosticada precocemente também é uma alternativa de garantir maiores chances de cura. Segundo Luís Felipe, quem descobre a doença em estágio inicial eleva a 90% a probabilidade de se curar.

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Por isso a campanha do “Outubro Rosa” reforça todos os anos a importância de manter hábitos saudáveis e realizar o autoexame mensalmente, a partir dos 20 anos, e exames de rastreio anualmente, a partir dos 40 anos.

“Na maioria das vezes, nas fases iniciais, o câncer de mama é assintomático, não causa o sintoma. O que deve chamar a atenção são as alterações na mama. As principais alterações que a gente menciona são nódulo palpável, assimetria das mamas, retração de mamilo, presença de secreção no mamilo e nodulação na axila”, explica o médico.

O que fazer diante de uma suspeita?

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se em média que, no Paraná, cerca de 3.650 novos diagnósticos sejam registrados anualmente.

Luís Felipe explica que a doença apresenta alguns fatores de risco conhecidos, como: sedentarismo, obesidade, tabagismo e histórico familiar. Há também fatores de risco pouco mencionados, como: período prolongado de exposição hormonal, quando a mulher tem a primeira menstruação muito precoce e uma menopausa tardia, e mulheres que nunca engravidaram.

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Segundo o médico, o câncer não tem um “prazo” exato para avançar, assim como tudo que está relacionado à saúde. Portanto, ele destaca que, ao ver qualquer pequeno detalhe diferente é importante recorrer ao médico o mais rápido possível.

Em casos de quem tem histórico familiar, Luís Felipe reforça que podem haver recomendações específicas, como indicação de exame de rastreio desde os 25 anos, ao invés dos 40, como a população em geral.

“Pra alguém que ‘ah, minha mãe teve aos 30’, claro que a gente vai olhar pra isso diferente, a gente vai começar a rastrear antes. A mensagem é: que o autoconhecimento e os exames de rastreio em dia são fundamentais pra que a gente identifique um câncer na fase mais precoce possível”, afirma.

Além de aumentar as chances de cura, Luís reforça que os tratamentos para pacientes em estágio inicial da doença são menos agressivos e menos tóxicos. Ou seja, com tratamentos mais simples é possível atingir taxas mais altas de cura.

“Eu entendo que é angustiante ter familiares, ter pessoas próximas que já tiveram diagnóstico, a preocupação é maior, mas com essa conscientização, com esses cuidados, a gente consegue sim, na maior parte das vezes, curar e com tratamentos com uma agressividade muito menor”, afirma.

Segundo o médico, atualmente, para a doença, existem tratamentos locais, que envolvem cirurgia, e, dependendo da situação, a radioterapia, que no geral é utilizado como um tratamento complementar à cirurgia. Há também o tratamento sistêmico, como a quimioterapia, a hormonioterapia, imunoterapia e terapia-alvo. Conforme Luís, cada tratamento é indicado para determinada fase da doença.

A frustração do diagnóstico tardio é maior

Conforme Luís, é comum pacientes com exames em dia desenvolverem a doença e se frustrarem. De acordo com o médico, o autoexame nunca vai substituir a importância de um exame de rastreio, como uma mamografia, mas ele é um cuidado a mais de extrema necessidade.

“Se a gente identifica nesse intervalo entre os exames alguma alteração, isso pode ser a diferença entre o diagnóstico precoce ou tardio. É preferível ter um diagnóstico com a paciente se palpando, do que ela esperar chegar no momento de fazer o exame de rastreio, correndo o risco da doença estar em um estágio mais avançado”, explica.

Portanto, por mais que seja revoltante passar por isso, o médico ressalta a importância de lembrar que ninguém sabe o momento exato em que a doença vai começar a se desenvolver e sempre a frustração será maior diante de um diagnóstico tardio.

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